A insuportável opinião


O Correio da Madeira é uma experiência social digna de se estudar. Se por um lado observamos em directo a verdadeira opinião, sem o filtro do medo às represálias, por outro vemos como aqueles que são vencedores, justamente pelo silêncio dos outros, ficam incomodados.

Uma das maiores curiosidades é verificar que não tendo o poder autoritário capacidade para arranjar um nome para "matar", enquanto mensageiro das desgraças regionais, os mais diversos temas são discutidos a fundo sem pruridos, porque importa o conteúdo sem catalogar as pessoas. Quantas e quantas vezes, quase sempre, fixamo-nos nas pessoas para determinar a valia ou não de uma mensagem? Pense nisto, se você fizer queixa de um serviço, a primeira reacção de quem sofre a queixa não é tomar iniciativa para usá-la, com coragem, para mudar ou melhorar. A primeira atitude é: - quem é o gajo?

Esta situação leva à raiz do problema, muitos têm uma imagem pública muito diferente da realidade, ou seja, jogam politicamente correcto mas são ladrões de colarinho branco ou mentirosos de primeira. Significa que odeiam anónimos mas eles próprios fazem tudo às escondidas, eles adoram ser anónimos e passar despercebidos. É interessante como a condição do seu sucesso não pode ser usada pelos outros. O grande problema aqui é que uns emitem opinião na expectativa de trazer a debate ou bem comum e outros usam-no contra o bem comum em seu exclusivo proveito em meio público. Traduzido por miúdos, roubam o eleitor, o contribuinte e a verdade.

Combater a livre opinião é a tentativa de manter o clima, ambiente de medo que branqueia as atitudes levianas. Só porque não se fala e ninguém se queixa ... deve estar tudo bem, um conforto para as autoridades que muitas vezes, com rabos de palha, ou "compensadas", não têm de se expor. Se ninguém é contra porque sofre assédio e perseguições, então não há problema.

A impunidade nasce do deixa andar, o povo não se queixa porque tem medo de perder a pobreza assistida em que caiu, alimentada pelo poder que assim controla votos. Por isso assistimos ao vergonhoso acto de publicitar a caridade envolvendo as pessoas necessitadas. É abjecto mas é fulcral para colocar a chancela daqueles em que devem votar. Ora, se a esta realidade básica evoluir gente medrosa nas famílias e locais de trabalho, a perversão, a eliminação do escrutínio e do mérito galopam. Os melhores não têm sucesso mas, aqueles que têm estômago para serem moluscos perversos, amestrados do poder e da trapaça sim. Assim cresce o assédio e a perseguição, porque a partir daí, os vencedores da trapaça ganharam algo na vida que não querem perder e, apesar de ser indevido, passa a ser uma conquista e os outros têm que se tornar "invejosos" para que eles se sintam bem. Outra perversão comum. Os outros devem ser perseguidos como prova de serem os maus da fita e retirar os holofotes da verdade de cima da trapaça.

Estes vencedores, daquilo que comumente se chama a "máfia no bom sentido", evoluí. Passa a ser rico, endinheirado ou pelo menos classe média confortável, aqueles que se uniram a este poder perverso. Têm dinheiro para comprar tudo, vastas áreas de imóveis e terrenos, carros para luzir o sucesso, comprar jornais e manipular a Justiça, usar os seguidores e assalariados para servirem de testas de ferro que executam os trabalhos sujos. Uns não têm mais remédio para manter o seu estatuto, outros encontram nessa área o palco para serem mais papistas do que o Papa e, por sua iniciativa, recriarem um dolo, um assédio e uma perseguição mais escabrosa, pavoneando o seu estatuto de estar junto do poder que perdoará e abafará tudo. Há quanto tempo que ninguém se demite ou é demitido, por mais que numa Justiça amarrada, ainda nasçam culpados?

Outra forma de tentar manipular a simples opinião, pelo menos no Correio da Madeira é verificar como tantos e tantos perfis falsos do poder, outros omissos e anónimos de maus instintos, tentam colar a interpretação das pessoas, as suas ideias, análise ou especulação como uma Fake News. É a fórmula de silenciamento da comunicação social transportada para a área da Opinião Pública e das redes sociais, com a intenção de descredibilizar e silenciar.

Do que tenho visto, o poder é obrigado a tolerar a opinião mas envia os seus capachos e delinquentes a fazer o trabalho sujo para que mantenham a imagem pública. Executados por seguidores e satélites do poder que desejam uma compensação através de um emprego ou, pelo menos, que a Opinião Publica não os expulse do palco em que se aproveitam dela para tentar criar o seu futuro, de novo na mentira, no assédio e na trapaça.

Este é o resultado de 45 anos anos de poder ostensivo, autoritário e doloso implantado na Madeira como fórmula de sucesso. Já há grisalhos que só viram disto! É natural! O mérito e a verdade são crime. Não há segunda opinião, só a oficial do poder que, mesmo sendo mentira descarada deve ser defendida como se de uma virtude se tratasse. Os outros é que são bandidos e fazem política. Tudo é política. Tudo é pocilga e lama.

Nunca me esqueço de como foi silenciado o órgão que se queixava das pedras roubadas. De como um professor exemplar e de sucesso foi tornado lixo. De como se "vendem" erros para possibilitar que alguns facturem em vez de os recriminar. O poder está nas mãos dos que ganharam dinheiro sendo protegidos justamente do poder. A democracia foi comprada, quer autoritarismo e perseguições para conseguir o silêncio, fundamental para as suas actividades dolosas ao interesse público. A Madeira é uma ditadura encapotada no seio da União Europeia que nem sabe que a alimenta com seu dinheiro.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 16 de Março de 2021 09:42
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