Paulada Cultural: A Lista da Rua dos Ferreiros

 


N uma altura crítica como esta, em que o mercado desapareceu, todas os convites são bem vindos para os artistas que anseiam 150 denários. Muitos aceitam, outros rejeitam porque acham injusto que paguem apenas esta miséria a quem está parado há 11 meses. Poucos enfrentam abertamente o sistema, a maioria cala-se, temendo ação ciclópica dos manda-chuva.

Na realidade, ninguém sobrevive com estas iniciativas. Valores insignificantes para uns, valores mais altos para outros, o único que lucra é o dono do sótão, o vigia de serviço no local, que está atolado de gente, e onde não se cumprem as regras exigidas pela DGS.

A DRC continua a organizar estas iniciativas despidas de conteúdo, apresentando sempre os mesmos nomes e projectos, na sua maioria de covers, e muitas vezes num idioma, que não abona a favor da cultura portuguesa, enquanto diversos projectos em português, de música e não só, com conteúdos originais e criativos, são colocados na prateleira. Mesmo quando o cunho qualitativo transpira verdadeira arte, a cegueira implantada na Rua dos Ferreiros transborda e fere quem dela vive. 

A cultura paga pelos contribuintes não é isto, não é pegar em covers em inglês, e fazer disto hotelaria em direto. Mais grave,  nomes sonantes da música popular madeirense, que brilharam nos arraiais, a atuar a duo, sem músicos, a utilizar backing tracks.

Uma colega, que já manifesta há algum tempo o seu desagrado, que até já chegou ao Secretário da tutela, apresentou a ideia de conhecerem mais músicos e artistas em geral, que teimam em não querer, ou sem terem que consultar uma empresa ou o viciado cérebro em "loop" da Maria da Paz.

Uma das artistas prediletas da Rua dos Ferreiros, Flor "de estufa", que nem é madeirense, manifestou-se contra a publicação da colega em questão, que exponha uma série de verdades, tudo pelo fato da notícia que esta partilhou dum pasquim local tê-la na imagem. A foto foi retirada de uma notícia pública, logo não tinha que pedir autorização para tal, até porque não visa os artistas da foto, mas sim a DRC e as suas escolhas dúbias.

Subitamente, a cultura nesta ilha passou a ser só música, e o resto das artes não existe. Mais grave, só cantam ou tocam os que estão na Lista dos Ferreiros, e os que não estão na lista que façam tudo que rime com isto menos trabalhar, porque tem de andar ao sabor das decisões tendenciosas de Maria de Paz e Companhia. 

Já agora, o que é essa Lista da Rua dos Ferreiros? É encadernada?  É digital? É tipo revista Saber ou a Fiesta? É por ordem analfabética? Ou ao calhas? Em que página se encontra o Dono do Sótão? É capa? É contracapa? Ou a mítica página 3 do The Sun? E podem vir dizer que no Sótão não cabiam os artistas todos, porque toda a gente sabe que a maioria está lá na expectativa de fazer crer escandalosamente ao povo que ali está mais uma quantia de dinheiro que lhes foi “chulado”. 

A extensão do compadrio, do tráfico de influencias, da falta de vergonha e da conveniência é tal que estes meninas de "cor(o)al" cresceram na vida à custa da degradação humana de outros, com lucro do Gin vomitado nas casas de banho e vertido à socapa nas floreiras e à custa da degradação humana, artística, moral e social infringida aos artistas, vítimas desse processo sinistro e atroz. 

Viva à Paulada Cultural!

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2021 17:23
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