Os donos de São Vicente

 

A pós mais uma catástrofe natural que se abateu sobre este concelho do Norte, há muita gente que precisa de ajuda e, bem à maneira do antigo regime de colonia de Ponta Delgada, muitos terão que andar de chapéu na mão a pedir solidariedade ao atual colono, o Presidente Garcês, confundindo um direito com um favor. O sr presidente da câmara é muito solidário, sobretudo para aqueles que também são solidários com ele.

Vem isto a propósito de mais um ataque ao nosso património cultural e histórico. Junto a um dos símbolos do concelho, está a ser construída uma moradia que, por incrível que pareça, não respeita o que é exigido por lei, os afastamentos, para além do impacto visual para quem ali chega, onde andam os fiscais da câmara que fecham os olhos à mais este atentado?

Será por ser do mesmo senhor que dizem ter ajudado, de forma extraordinária e altruísta, o Sr presidente durante as suas campanhas eleitorais? A solidariedade do presidente para com este empresário não tem limites, foi o mesmo que deitou abaixo uma casa centenária no centro da vila, após a própria câmara ter integrado esse mesmo edifício no roteiro "Música nas Ruínas", para alertar exatamente para o interesse e preservação do nosso património arquitectónico e histórico. Foi também o mesmo empresário que reconstruiu o emblemático Calamar, substituindo-o por um enorme bloco de betão junto ao mar, arrancado as poucas árvores e alguma vegetação ainda existentes, entre outras situações bem conhecidas dos vicentinos.

Não e só a Estrada das Ginjas ou a frente mar que irão fazer parte deste processo de descaracterização do nosso concelho em nome de alguns interesses obscuros, são também as obras privadas dos amigos do presidente Garcês. Enquanto isso, o povo vai assistindo impávido e sereno.

Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2021 17:52
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