O uve-se falar no mês de abril, com leviandade. Para o partido que nos governa há 46 anos, a prioridade, antes da fome, do emprego, da saúde, da educação, da cultura, da injustiça, é importante decidir o cabeça de cartaz para as próximas eleições à maior autarquia da ilha, o Funchal. O ponto chave dos votos para conseguir poder ou ter uma prova de força partidária. (paremos de utilizar a palavra política para estes braços de ferro)
Sim, o que verdadeiramente interessa aos seguidores do regime, é o poder para continuar a oprimir, a manipular, a alimentar os tubarões que, ao longo do tempo, fizeram do governo fonte de rendimento fixa e a sua sustentabilidade.
Andamos todos tão anestesiados com a COVID-19 que nos esquecemos de olhar para as flores, como os Antúrios, por exemplo ... Por falar em Antúrios, mais alguém está à espera de detalhes sobre a "Operação Antúrio"? O Ministério Público e a Polícia Judiciária em novembro de 2020, iniciaram este processo relacionado com fraude na obtenção de subsídio, em matéria de fundos europeus. Foram feitas buscas (8) domiciliárias e (12) escritórios de advogados, gabinetes de contabilidade e instalações de sociedades. Aguardo impacientemente mais detalhes sobre este novo processo avançado pelo M.P.
Oxalá não caia em arquivamento, tal como o processo "Cuba Libre" onde a obscenidade e revoltante postura do Ministério Público, em 2012, deliberou não levar a julgamento os sete arguidos devido à ocultação da dívida do arquipélago, incluindo o ex-presidente do Governo Regional Alberto João Jardim, um que processo envolveu crimes de abuso de poder, violação de execução orçamental e prevaricação com dolo na forma tentada.
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A democracia, deveria também nos permitir julgar estes crimes, sem violência, sem a filosofia do "olho por olho, dente por dente". Apenas que se fizesse Justiça. Tudo preso.
Ninguém se questiona o porquê do arquivamento de um processo que dá-nos um valor de 6 mil milhões de euros em dívida oculta? São as teias do partido que nos governa há 46 anos, numa clara demonstração de poder, de controle, de criação de mais pontos de apoio e consequentemente mais "rabos presos",
O nosso governo é bipolar, ora somos tristes desgraçados abandonados pela República, sem dinheiro, ora somos os maiores do mundo e ganhamos prémios.
Por falar em sermos os maiores, em 1999 éramos líderes da pedofilia no "ranking" nacional de processos relativos a abuso sexual de menores. Passaram pela região redes internacionais de pedofilia, algumas das quais chegaram na altura a ir a tribunal. "Mais uma cabala anti-autonomia", dirá Jardim que tinha minimizado a situação, apesar de preocupante pela sua natureza e dimensão.
Alguns dos factos remontam a 1988, mas só em 1992 a Interpol alertou a PJ portuguesa quanto ao possível envolvimento do madeirense A. Garcês numa rede internacional de pedófilos, que comercializava filmes pornográficos com menores madeirenses. Sobre isto, nunca mais se ouvir falar.
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Andam por aí uns processos semelhantes a este, que causaram a morte a um jovem de 20 e poucos anos, vitima de uma rede semelhante, e há suspeitas de que ameaçou alguém de contar a (sua) verdade, mas acabou também arquivado.
O corpo desapareceu, só a mãe do rapaz, sofre e sabe de tudo. Os Donos disto Tudo, às vezes nem estão na mesma árvore genealógica, mas passa-lhes o ADN de antigos fecundadores do regime.
Será que os Donos Disto Tudo, ainda mantêm o controle do sistema judicial regional?
Será que ainda têm uns "connects" nos lados da República que ajudam a abafar casos como todos estes aqui mencionados?
Será que há dinheiro para pagar esta gente toda e se remeter ao silêncio numa altura de crise como esta?
Se ao menos a comunicação social tivesse interesse em "repescar" estes insólitos, se ao menos houvesse nesta terra jornalismo de investigação independente ...
Todos os elementos enviados pelo autor.
Ligado ao CINM era uma girândola.
