O Bom, o Mau e o Vilão

 

N ão, não estou a falar da película de 1966 de Sergio Leone nem estar a iniciar aqui uma nova rubrica de crítica cinematográfica. Não é que faltem, nesta Região, figuras que dariam protagonistas de filmes de terror ou de tragicomédias. Decido antes pedir emprestado o título da crónica que o querido João Paulo Marques nos presenteia aos sábados no Diário. De certeza que não se importará, tão ocupado que andará por estes dias.

Para os mais distraídos, João Paulo Marques é desde final de outubro de 2019 adjunto/assessor do Grupo Parlamentar do PSD na ALRAM. O rapaz, que em agosto se recusou a ir em 30.º lugar na lista do PSD às Regionais (estaria com medo que a derrota fosse pesada ou queria apenas evitar encontros imediatos com o CDS e com Mário Pereira?), em pouco tempo lá se convenceu que o melhor seria voltar para os lados da Rua da Alfândega, que isto de ir apenas à Assembleia Municipal do Funchal fazer fretes da Quinta Vigia, para bloquear a Câmara, e deixá-la sem orçamento era pouca coisa para tão dinâmico político.

Como a vida de assessor parlamentar deve ser muito animada e com dias muito preenchidos, eis que a Quinta Vigia decide dar nova missão ao querido João Paulo. À vista de todos, eis que a Vice-Presidência escolhe, por ajuste direto, no dia 23 de janeiro, João Paulo Marques para ser advogado do Governo numa ação colocada pela Socicorreia. É só passar pelo Portal dos Contratos Públicos e ver com os próprios olhos. Tanta gente que há no gabinete de Pedro Calado – e cabe sempre mais um - e não há um advogado disponível? E na cidade do Funchal não há mais nenhum advogado livre? Chama o João Paulo! 

Ser assessor do Grupo Parlamentar do PSD-M e ser advogado do Governo Regional representa alguma incompatibilidade? Que ideia! Pela módica quantia de 150 euros por hora durante três anos, num total de 25 mil euros, digam lá se isto não é gerir bem o dinheiro público!




Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2021 10:11
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