R ealmente. É preciso ler para crer. E não, não estou a falar do programa de certos partidos. Podia. Mas não. Estou a falar do EIA (estudo de impacte ambiental) do Caminho das Ginjas – Paúl da Serra, presentemente e nos próximos 3 dias, em discussão no link no final do texto.
Deixemos de parte o facto de ainda se ter de fazer um estudo destes para avaliar o que deveria ser um pressuposto indiscutível. O de que a presença humana deteriora os habitats naturais. Facto incontornável. Quanto mais sensível o habitat, pior é.
Mas passemos ao que interessa aqui. Fez-se um estudo de impacte ambiental. E no resumo concluem-se coisas como:
A beneficiação do caminho em estudo vai permitir sensibilizar os utentes da rodovia para a importância dos valores naturais atravessados, com recurso a painéis interpretativos, a colocar nos principais pontos de paragem actualmente usados pelos turistas ao longo do traçado, assim como no inícioe no final do traçado. Por outro lado, poderá também permitir a reabilitação do Parque de merendas de “Estanquinhos” e do que se encontra no “Ponto de água”, com painéis interpretativos alusivos aos valores naturais (e culturais)presentes, bem como se poderá equacionar a possibilidade da criação de novos Parques de merendas, ao longo do caminho, a localizar de forma criteriosa e sem penalizar os valores naturais presentes, guarnecidos de painéis de sensibilização interpretativos sobre os valores naturais presentes.
Trocando por miúdos, admite-se uma maior presença humana na floresta que todos queremos preservar, mas resolve-se o assunto com painéis interpretativos. E pronto. E tudo o resto tem impactos pouco significativos ou então pavimentar a estrada é muito bom.
Só isto devia parar o baile. Porque todos conhecemos a eficácia da estratégia dos painéis interpretativos e porque a Floresta tem de estar primeiro. Também por isso, talvez queiramos usar os 3 dias que sobram para participar, e ir lá ao site ver. E ler. Para crer.
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