Laurissilva SIM - Caminho das Ginjas NÃO

 

Foto Francisco Correia - Turismo Madeira
O mesmo governo que sabe o valor para promover o destino com fotos,
é o governo que atenta com muitos calados. Quanto vale um tacho.


A té 9 de fevereiro pode registar a sua opinião acerca da pavimentação do Caminho das Ginjas, obras conexas e consequências nefastas, poderá constar numa lista de heróis que avisaram, com coragem, sobre um erro colossal no coração do nosso bem maior. Noutros tempos vindouros, a sua opinião será a prova que os historiadores usarão para concluir que havia gente lúcida neste tempo, onde a massa cinzenta era betão, mas infelizmente comandados por sectários e cleptocratas (link). Quando der para o torto, como em toda a obra errante, qual cais 8 ou marina do Lugar de Baixo, receberá outra função, já vejo a gata das botas a dizer que afinal é um corta-fogo.

“Estava a passar mas não passou,
Porque passou quem passou!
Se não passasse quem passou,
Passava!
Mas como passou quem passou,
Não passou!”

Se a Laurissilva falasse, diria e canta:

“Tu pensas que eu sou uma Selvagem,
E conheces o mundo,
mas eu não posso crer!
Não posso acreditar que selvagem possa ser,
se tu é que não vês em teu redor!
Tu pensas que esta terra te pertence, que o mundo é um ser morto,
mas vais ver,
que em cada pedra, planta ou criatura,
está viva e tem alma! É um ser!
Tu dás valor apenas às pessoas,
que acham como tu sem se opor, mas segue as pegadas de um estranho, e terás mil surpresas de esplendor!” 

Se a Laurissilva falasse, diria e grita: 

“Basta, destino severo:
Em dias tão malogrados
Me trocaste sem piedade
Instantes afortunados. 

Quais voltas do sol os raios
Pelas trevas apagados,
Voltai, se podeis, instantes,
Instantes afortunados! 

Voto imprudente! Que digo?
Só posso esperar cuidados,
Uma vez que os interrompem
Instantes afortunados!” 

Se a Laurissilva falasse, diria chamando o povo:

“ Oh malhão, malhão
Que vida é a tua?
Oh malhão, malhão
Que vida é a tua?Comer e beber, oh tirim-tim-tim”
- Foda-se já nem posso ir à rua! - responde o povo! 

E a Laurissilva responde em fado:
“Povo que lavas no rio
E que talhas com o teu machado
As tábuas de meu caixão
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não”

E relembra em tom de adeus ... que foi à sombra de uma azinheira que me juraste por companheira!

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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2021 22:21
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