Fact News e Fake News

 


U m dia destes alguém confessava-me que o Correio da Madeira é um blog de Fake News produzido por gente rasca e ressabiada sem credibilidade nenhuma. Ri-me. Não fosse a Madeira estar pejada de neo intelectuais que se recusam a escrever no Correio da Madeira, porque alegam que não tem a qualidade exigida para as suas copiosas inteligências, julgar-se-ia que o CM é o grande culpado da crise, quando a grande verdade é que muitos desses intelectuais assinam as suas opiniões apenas para se fazerem notados aos partidos políticos, existe neles uma réstia de esperança de que algum partido se lembre deles para as suas listas de candidatos ou para o tachinho.

De fora desta guerra de interesses está o CM que é pejorativamente chamado de “pasquim” e de “Fake News” pelos seus detratores pelo facto de ser escrito por anónimos e que, com isso, incomodar muitas tristes alminhas que não têm quaisquer argumentos para contrariar o número crescente de leitores. Qualquer bisbilhoteiro, que olhe com frequência para os ecrãs dos telemóveis dos outros, repara na média em que aparece a cor que é imagem de marca do CM. 

E a primeira questão que se coloca é o que é que será mais perigoso? Um perigoso Fake News ou um Fact News escrito de modo pervertido? E sem perder tempo em criticar o Jornal da Madeira, um exemplo do que pode ser um Fact News intencionalmente manipulado e que passou despercebido aos mais desatentos, foi um cabeçalho de primeira página do Diário que o “Lobo Marinho perdeu quase um terço dos seus viajantes”.

E seria uma noticia igual a tantas outras sobre a crise económica provocada pela pandemia da COVID-19 não fosse um dos acionistas do Diário ser o mesmo do “Lobo Marinho”.

Analisemos então o jogo de palavras. Um terço é similar a 30% menos uns restos, portanto a notícia não seria considerada um Fake News se o cabeçalho fosse o “Lobo Marinho perdeu quase 30% dos seus viajantes” mas todos sabemos que isso não teria tanto impacto porque para muito leitor alheado “Um terço” parece ser muito mais dramático do que apenas 30%.  

Fica então a dúvida do porquê o Diário não fazer cabeçalhos sobre a Tasca do Jaqué ou sobre as lojas da Rua dos Tanoeiros que perderam mais de 70% dos seus clientes e que, juntos, podem contribuir dez vezes mais para o aumento galopante do desemprego do que o naufrágio virtual do Lobo Marinho, com sede ao lado, na Rua da Praia? 

Os mais atentos a esta coisa das notícias repararam logo que existiu nitidamente uma intenção de pressão politica e económica do Diário sobre quem gere a Economia Regional para usufruir de mais uns trocos subsidiados. Aqui cabe lembrar que o Blandy caiu de pé e com dignidade, sem nunca instrumentalizar o seu órgão de informação para fretes em causa própria, senão nunca teria precisado do dinheiro sujo de DDT para continuar a existir.

Ao contrário das alegadas Fake News, as Fact News deviam ser mais rigorosas e justas e um cabeçalho mais honesto para o Lobo Marinho seria: “Ao contrário de 80% das empresas regionais, o Lobo Marinho perdeu apenas 30% dos seus viajantes”. Como se vê é fácil manipular a verdade sem sequer pisar o risco de ser considerado Fake News, e por isso não será de admirar, um dia destes, o Diário sair com um outro cabeçalho: “Os benfeitores da AFA ajudam o Governo Regional a limpar mais de dois terços das ribeiras”

E em consideração aos muitos jornalistas honestos que Diário (ainda) tem, é esperança de muitos madeirenses que, em nome da democracia, o Diário continue livre e pluralista por muitos e muitos anos.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 6 de Fevereiro de 2021 12:38
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