A IUCN, Internacional Union for Conservation of Nature, para quem não sabe, e o governo não o diz, é a organização internacional que faz as auditorias ao estado de conservação da floresta património mundial da Madeira. Esta considera que projetos de exploração, como é o caso deste projeto de infraestrutura e atividades associadas - asfaltamento do Caminho das Ginjas - é incompatível a longo prazo com os objetivos de preservação das áreas classificadas de Património Mundial Natural Tal representa, segundo a IUCN, um perigo direto para a sua conservação.
Afirma, nas suas linhas orientadoras para a conservação das áreas património mundial que este tipo de intervenções “…não devem de todo ser permitidas…”
Mesmo que proporcionem atividades economicamente viáveis ou criação de postos de trabalho mesmo o fomento de relações comerciais ou qualquer outra fonte de riqueza económica, estas não podem ser permitidas quando colocam um Valor Universal Excecional em risco.
Este é sempre o bem maior e nenhuma outra riqueza pode sobrepor-se a esta.
Estão em causa neste projeto de asfaltagem três áreas de valores naturais específicos que merecem proteção absoluta:
- Zona Especial de Conservação da Laurissilva da Madeira (ZEC PTMAD0001);
- Zona Especial de Conservação do Maciço Montanhoso Central (ZEC PTMAD0002);
- Zona de Proteção Especial para as Aves da Laurissilva da Madeira (ZPE PTMAD0001)
Existem quatro vias de ligação do Concelho de São Vicente com os seus concelhos limítrofes, duas delas vias-rápidas.
Este estudo apresenta como justificação a “necessidade absoluta e imperiosa” de mais um acesso, de mais uma via de comunicação inter-concelhos, desvalorizando liminarmente os impactos e influências ambientais das Ginjas.
O estudo transforma-se em argumento para o asfaltamento e não cumpre a sua função analítica. Para além dessas considerações, não existem argumentos justificativos para a asfaltagem e muito menos para o melhoramento das funcionalidades das vias de comunicação existentes.
Imaginemos a eventualidade de um transporte urgente, de socorro ou outro, entre a povoação das Ginjas e o Funchal, Ribeira Brava ou outro local, pelo percurso “asfaltado” do “caminho das Ginjas.
Que ganho, que vantagem, que rendimento? Que raio de benefício teria?
- Episódio 2: O especialista em Sapateado, Florestas e Ginjas
- Episódio 3: É para se fazer (Ginjas)
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Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2021 02:05
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A documentação:
Estudo de Impacte Ambiental do Caminho das Ginjas:
Aditamento ao Estudo de Impacte Ambiental do Caminho das Ginjas:
Resumo não técnico (RNT) Caminho das Ginjas: