Hoje foi um dia especial num lugar onde se fala português.
Foi uma conquista mas que, a par da alegria,
lembrou-me um episódio que quero contar no CM.
M iguel Bolsonaro fiel seguidor, na Madeira com a Laurissilva, dos feitos do Presidente brasileiro com a "sua" Amazónia, proferiu em Abril do ano passado, umas palavras de desdém para com Macau que eu memorizei e registei. É evidente que, na altura, com a pandemia "fresca", estava possuído pela ignorância, evidente pelo arrastar da mensagem como quem fala do que não sabe mas está ali para ganhar popularidade. Não ficou mal, até porque as palavras eram para a arrastadeira regional, a que dão o nome de RTP-M. Ignorante mas sempre em soberba, afirmou que Macau era um mau exemplo no combate à Covid-19. Na Madeira era tudo "científico", via-se com a presença dele a encher chouriços.
Não é a primeira nem será a última vez que Miguel Bolsonaro trinca a língua e, pelo evoluir da "doença", qualquer dia será o pescoço no picadeiro ou os tintins ao lume. Sucede que Macau e a Nova Zelândia roçam a perfeição na abordagem à Covid-19, dos raros sítios que já atingiram zero infecções diárias, mantendo-as. E aquela região ClickTourist (campeã dos prémios dos Global/European Click Awards? E a campeã do Clean and Safe? Está a custar ao Povo Superior? Parece que sim, Macau leva meses de avanço.
Mas vamos a um preciosismo, demonstrativo de como muitas vezes Miguel Bolsonaro fala de cór. Por altura do vídeo, escolhamos 24 de abril de 2020, a Madeira tinha 86 casos e Macau 45. O que é extraordinário para uma população com cerca de 680 mil pessoas (censos de 2019 - link). Perante estas circunstâncias, se Macau era um mau exemplo, Miguel Bolsonaro afirmou que a Madeira era uma péssima situação com menos de um terço da população de Macau? Foi um heroísmo que a comunicação social, exemplarmente desatenta com o poder, validou.
A ignorância é valente e afoita, vamos a outro preciosismo. Não se pede que um turista do Dubai perceba de Macau mas quando não se sabe ... mantém-se a boca fechada. É que nada ocorreu como Albuquerque insinuou. Macau tem uma população muito activa, quando os residentes de Macau que estavam fora da região regressaram, surgiram novos casos mas, Macau manteve-se fechada para estrangeiros recebendo os seus, ao contrário do que a Madeira fez, para depois abrir no Verão e dar um “balão de oxigénio” à hotelaria no Natal e Fim de Ano, que resultou no que se viu. Vamos em fevereiro de 2021 para dominar. Macau, há dez meses que não tem novos casos e nunca houve um único morto entre os tais 680 mil, e a Madeira? Quantos faleceram para um terço da população Macau? Sem ofender. Claro que Miguel Bolsonaro vai voltar com a baboseirada de que o regime não é democrático mas nunca divulga a verdade regional!
Pergunta-se a todos os players do Turismo da Madeira, pessoas do mundo e que estão a ver tudo à volta, que situação prefeririam viver? A de Macau ou a da Madeira em êxtase com o Eduardo clickturist e a Dorita Clicktóris, a ganhar prémios à custa de likes nas redes sociais e carradas de propaganda local, para vender a Madeira aos madeirenses?
