A burocracia e as comissões são armas do poder para maniatar o fluir natural da sociedade, uma forma diplomática de não ser contra e dar nas vistas mas impedir qualquer novidade que destrua os poderes estabelecidos. Na política, no Governo e no Parlamentos é situação recorrente.
Tudo isto vem a propósito de uma nova lei eleitoral que ataca sobretudo a participação dos Grupos de Cidadãos nas Autárquicas que tanto sucesso têm tido. Estão em crescendo e vulgarmente dão-nos bons líderes autarcas porque nascem do povo e têm proximidade com os seus. É uma forma de eliminar pela raiz a imposição de candidatos dos partidos hegemónicos que depois se tornam figuras decorativas, sempre à espera de uma decisão central, sobretudo na Madeira, para se manterem em estado de graça.
A nova lei eleitoral burocratiza as candidaturas dos Grupos de Cidadão, não sendo possível que sob o mesmo nome, imagem identificativa/ sigla e gestão financeira, a formação possa ter candidaturas para a câmara, para a assembleia municipal e juntas. Estamos mesmo a ver o mesmo Grupo de Cidadão a concorrer de roxo, amarelo e verde em 3 candidaturas e não fazer confusão aos eleitores. A vontade do legislador, fabricante de burocracia e limitador da participação, chega ao ponto de que se algum Grupo de Cidadãos entenda de se candidatar a só um órgão, a Assembleia de Freguesia, por exemplo, não tenha direito a uma subvenção. O que estava bem e tinha sucesso, que só beneficiava as populações com uma governação local de proximidade e reconhecida entre os seus é que merece perseguição para aniquilar.
Os partidos começam a ser a antítese da democracia! Cuidado com as suas figurinhas "independentes". Onde há gestão independente de verbas as máfias querem abocanhar. É evidente que para alguns, esta situação pouco ou nada aborrece, porque a sua independência é uma fina capa de verniz, como no caso de São Vicente, onde o autarca aprova a Estrada das Ginjas. Prefere o seu estado de graça com o PSD do que defender o interesse do concelho. Adivinhem quem serão os únicos a lucrar!?
Estes mesmos senhores não criam mecanismos que impeçam o que acontece na Madeira, onde sem aturar burocracias nem ir a votos, somos governados pelos Donos Disto Tudo. Então obstaculiza-se mais a participação dos cidadãos na democracia mas não criam legislação que impeça de vez que os DDT comprem a democracia?
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