Só trabalha quem não conhece as pessoas certas na CMF

 

O trabalho está em extinção. São cada vez menos aqueles que dedicam uma parte significativa da sua vida a produzir para o bem comum. 

Custa sair da cama nestas manhãs frias para lutar pelo merecido mas parco salário no fim do mês. Quem é que já olhou para o seu recibo salarial? Esmiuçar todos aqueles números e verificar quanto do nosso esforço é que vai para o estado. Não seria revoltante se soubéssemos que os nossos impostos eram bem utilizados. 

Assistimos a uma crescente utilização dos nossos impostos para comprar votos e para alimentar subsídio dependentes. Só os menos atentos é que não conhecem alguém que não tem qualquer tipo de necessidade e que recebeu uns iogurtes (uns até são distribuídos num concelho e consumidos noutro). 

Há alguns anos atrás as escolas recebiam a visita de programas de saúde oral. Agora recebem sacos de amêndoas onde verificamos que a única coisa maior do que a quantidade de açúcar só o logotipo da junta no saco.

Quantas pessoas, algumas com elevadas fontes de rendimento, não receberam um cabaz da sua junta de freguesia? Que lindo ver os orgulhosos presidentes a encherem o Facebook com fotos dos seus 250 cabazes para entregar, tendo plena consciência que após a foto o que interessa é despachar os saco. Seja lá quem for, venham buscar! 

Há gente tão necessitada que até coze o arroz e dá aos cães pois não gostam daquela marca. Para aqueles que acham pouco glamoroso andar à caça de migalhas, deixo aqui uma outra hipótese muito mais aliciante. 

Já pensou em ser um grande investidor imobiliário? Um senhorio? Se conhecer as pessoas certas é muito fácil pois só precisa de uma arrecadação em ruínas ou meio palheiro … 

Não precisa de licenças nem de plantas, pode ir esburacando até encontrar alcatrão (se a estrada cair a câmara paga), não precisa de espaçamentos (pode inclusivamente usar terrenos alheios), não precisa de certificado energético … 

E qual a posição da Câmara? Com certeza aquelas câmaras cheias de mudança e boas intenções não iriam permitir uma coisa destas. 

Vejamos:

  • Colocar materiais em plena via pública durante meses? Ok
  • Jogar inertes pela ribeira? Não há problema.
  • Luz e água? Colocamos sem problema.


Precisa de mais alguma coisa para rentabilizar o seu T que não chega a 0? Não consegue arranjar alguém para enfiar no buraco que construiu durante a noite e aos fins de semana? Fácil … é só meter alguém aflito que logo arranjamos uns apoios sociais da Câmara. Os apoios chegam de Mercedes coupé e tudo. 

Como o leitor pode concluir com comer e casa de borla o melhor é mesmo não sair dos lençóis. O último a ir trabalhar que pague a conta e apague a luz.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2021 19:02
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