Quando Jesus desce ao sotão

 

E streia no dia 29 do corrente mês um projeto denominado “Stream Sessions”, organizado pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura.  Este projeto reciclado envolve 42 músicos e cantores madeirenses (?), distribuídos ao longo de 20 concertos, com a duração de 1 hora, emitidos através das redes sociais e diversas plataformas digitais.

Em declarações a um pasquim local, Eduardo Jesus, que marcou presença no sótão onde estão a ser gravados os programas, sublinha que:

(…) tal como no passado, sentimos que, neste momento, os artistas precisam de um novo alento e do nosso apoio concreto. E, sobretudo, desejamos que continuem a fazer o que mais gostam e sabem: atuar independentemente do palco, mesmo que seja de forma virtual como neste projeto que apoiamos cientes de que não se trata de uma despesa para o Governo Regional, mas antes um investimento na nossa Cultura. Por isso mesmo, continuaremos a apoiar a Cultura.

Uma vez mais foi aprovado um projeto sob alçada da DRC, do qual não se conhece o programa, quem são os intervenientes, quais as bandas convidadas, os seus estilos, se são de covers ou originais, quais são os valores em jogo, e que tipo de poder muniram um mero músico para liderar este conceito e representar toda uma classe, indo ao cúmulo de ter emissões transmitidas a partir da sua casa, o que não tem precedentes, pois trata-se de um estúdio caseiro, amador, montado em cima do joelho, com o ajuda de Eduardo Costa Produções Audiviosuais e com o empurrão da bengala e amiga Maria da Paz Rodrigues. A que propósito, uma entidade responsável pela cultura, opta por realizar um programa neste formato, a partir de um sítio sem condições, uma casa comum, sem espaço, e não num estúdio como deve ser, como o próprio Eduardo Costa tem e onde se poderia realizar um programa em muito melhores condições?

A reposta é evidente: uma vez mais, o objetivo disto é angariar dinheiro para o bolso dos intervenientes do costume, entre os quais o “artista” Miguel Pires, coordenador do projeto em questão, enquanto muitos outros ficam, uma vez mais, a ver a “banda a passar”.

Nas palavras de Eduardo Jesus, que vinca que os artistas têm o apoio concreto desta entidade, o que não é verdade, porque a situação useira e vezeira permanece desde há muito tempo, e que pelo andar da carruagem, permanecerá.  

Dando um exemplo simples dos músicos que posaram para o retrato do DN, este investimento está, não em músicos profissionais e desempregados, mas em amigos e pessoas que nem são profissionais, onde um trabalha para o estado e outro é bombeiro sapador.

É este o tipo de apoio que o senhor secretário quer dar à cultura? Colocando a chave mestre na mão de pessoas sem competência, sem imparcialidade, para selecionar este lote, pago pelo dinheiro dos contribuintes? Se é este tipo de cultura que o senhor secretário pretende deixar como legado, porque já é a sua segunda tentativa no cargo, afirmamos que estamos fartos das suas "Eduardices", porque a sua inércia, faria qualquer paciente a recuperar nos cuidados intensivos desligar as máquinas, do que assistir a mais este capítulo com música de fundo tenebrosa para uma classe que se debate para sobreviver.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2021 01:20
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