Porque não chegam os subsídios nacionais à Madeira?

 

Os Vendedores de Banha de Cobra.

P rimeiro elogiar o trabalho desenvolvido pelo Correio da Madeira, por permitir denunciar o que infelizmente a comunicação social, no seu papel de informar, não o faz. O receio de represálias dum poder claustrofóbico, de que a Madeira enferma, obriga a que se utilizem estes métodos, que fazem lembrar outros tempos de má memória.

Quando assisto a certas afirmações de políticos do espectro governativo da Madeira, fico arrepiado com a quantidade de insinuações e omissões que proferem. Têm apenas como objetivo lançar a confusão, com a finalidade de perpetuar a sua permanência no poder. Vem isto a propósito das várias noticias que, ao longo dos últimos dias, têm sido publicadas relativamente aos apoios criados pelo Governo da República e que não são extensivos à Madeira e aos Açores. 

Perante esta pandemia e fazendo face à crise económica, consequência do Covid-19, entendeu o Governo da República e bem, de entre várias medidas, criar o programa nacional de apoio às empresas e trabalhadores, o designado LayOff simplificado que beneficia as empresas do Continente, Madeira e Açores. Paralelamente, criou outros programas de apoio que só contemplam as empresas do continente português, tais como APOIAR.PT, APOIAR RESTAURAÇÃO, APOIAR RENDAS, ETC. Destes programas, ficaram de fora as empresas da Madeira e Açores.

PORQUÊ? 

Enquanto o LAYOFF é financiado pelo orçamento da Segurança Social, tem abrangência Nacional e por isso mesmo, contempla também as empresas das regiões autónomas. Os outros programas são financiados por reafetação de fundos da comunidade europeia, “desviando” valores de projetos ainda não executados para estes programas de apoio. Como qualquer político sabe, os fundos europeus por força da nossa autonomia, estão regionalizados. Dos milhões de cada quadro plurianual da UE destinados a PORTUGAL, é negociado entre as duas regiões autónomas, o estado português e a UE, aquele que será o valor a atribuir a cada região; Continente Português, Madeira e Açores. Garantidamente, por força da sua ultraperiferia, cabe e bem à Madeira e aos Açores um valor per capita superior ao do continente.

Assim, da parte dos fundos que ficaram destinados ao continente português, entendeu o estado criar estes programas de apoio. A Madeira e os Açores com a autonomia que têm na gestão de tais fundos também podem fazer o mesmo. Não o fazem porquê? ... os lóbis económicos não o deixam? ... as obras com recurso ao betão são mais importantes? 

Como é lógico, não podem acusar o Estado, neste caso, de não estar a ser solidário com as Regiões Autónomas e particularmente com a Madeira. Compreendo que a Madeira está numa situação muito difícil, pois perante o serviço da monstruosa dívida acumulada, grande parte devido a obras megalómanas e inúteis, os custos com a enorme máquina administrativa regional, satisfazer lóbis económicos, etc, pouco fica para enfrentar uma crise como esta.

Precisamos da solidariedade do Estado de facto, mas não é mentindo, omitindo, insultando e, em permanente guerrilha, que vamos criar as condições para qualquer diálogo.

Temos de ter a humildade de reconhecer que cometemos, no passado, erros de governação na gestão dos investimentos. Temos de ter uma atitude firme e reinvindicativa, civilizada, transparente, civilizada, coerente e assertiva para negociar com Lisboa. Sabemos que independentemente da cor politica dos governos da república, sempre existiu da parte deste, uma atitude centralista, mas não é com insulto, arrogância e mentira que se negoceia seja lá o que for. Pelo contrário, o historial de conflitos com a República só bloqueia qualquer diálogo.

P*** Q** P****, aos políticos que se servem do conflito permanente para esconder a sua incompetência, atirando para os outros (Lisboa) as culpas do buraco em que nos meteram e que ainda não compreenderam que, esta atitude, ainda nos deixa mais isolados.

Viva a Madeira, viva aos madeirenses de boa fé.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2021 23:46
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