Os camionistas de máscara

 

N os desastres naturais, incúria ou com participação humana, apresentam-se sempre voluntários, uns de boa vontade outros cobram. O Presidente da JSD há dias lamentava-se de não ter uma foto de pá na mão em Ponta Delgada, queria dividendos políticos, outros não se lamentam de ir com o camião meio vazio para fazer mais viagens.

Em casa de Ferreira não há espeto de pau, não se faz Vruum porque o vice nem compareceu mas faz-se Brum com camiões intempérie fora, detectam mais rápido o verdadeiro alerta da meteorologia do que o IPMA. Cá e lá, com esse maná que os aterros de obras mal posicionadas oferecem. As construtoras e conexos têm um serviço completo ... obras, incúria e salvação. Sabendo que os decisores com luvas de pelica querem os seus erros limpos o quanto antes, apresentam-se os "voluntários" em momento de facturar o que se quer, a bem dizer, é urgente, faz-se e não é controlado. Serviços não empata capital em material e a conta segue para o Município pelo tempo que for necessário esperar para receber. Se houver cheirinho se calhar é mais rápido. Os pequenos também sabem actuar como os grandes, quem chega primeiro ganha ... pagos para limpar, os inertes seguem para estaleiro para mais um bónus da construção. É por isso que gente inteligente e de valor são sempre pobres por viver do ordenado, e estes maltrapilhos ricos por expedientes. Primeiro o serviço, depois acerta-se o valor.

"Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja"

No caso da Madeira, o adágio popular não é completamente certo. O esquema é tal que colocam cara de santos, tristeza e voluntariado, sem esquecer dos lamentos, mas provocam São Pedro e Santa Bárbara em acto voodoo de ameaça ... bárbaro mas verdade, a padroeira protectora nos temporais, sobretudo de chuva, trovoada e raios, é um adereço dos sonsos e a culpa vai para o Prior. Amigos, o assalto com este esquema é tal, por todos, que só se pode obter um recorde Guinness da limpeza. A câmara até diz pára, pára e pára, porque é um assalto oportunista e há eleições autárquicas à porta com obras de fachada para pagar. Não se sabe se Lisboa manda ajuda em numerário ... Os que ficam de fora tornam-se ressabiados? Talvez, mas aprenderam, cada vez mais para se ser oportunista é preciso ser meteorologista, não para o lugar do Prior, empreiteiro para facturar desgraças é que é bom. É mais do que evidente que os que ficam de fora passa-lhes o voluntariado num instante, em contrapartida as mais destacadas figuras do concelho garantem mais sigilo nos dividendos ...

A poucas horas de mais intempérie, já há voluntários a esfregar as mãos, até porque as câmaras dispensaram-se há muito destes serviços essenciais, tal como recolher lixo. Gostaram da minha ficção de embalar?

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 2 de Janeiro de 2021 13:07
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