A s pessoas de sucesso esquecem-se rapidamente de cada degrau onde puseram os pés para poder subir, sempre a olhar em frente sem olhar para trás, sempre vencedores usando gente maior que, por ser decente não usa expedientes. Por vezes olhar para trás envergonha porque o novo estatuto deve ser zelado e cumprir o código de safadeza. Numa terra de cunhas, muitos honrados e de bem não gostam de quem lhes lembre o verdadeiro currículo.
Enquanto estrela de sucesso acha-se intocável e inacessível. Enquanto suposto poder considera-se autónomo, independente, imputável, impune e perfeito. Tudo comanda e tudo faz vénia.
Como a existência é volátil e o tempo gera idade, quando se dá o início da decadência, outros iguais abandonam porque também ele foi degrau deixado para trás.
Mais consciente do que é a vida, mal olhado por todos e muito menos considerado por não ter degrau para dar, o ego e a arrogância murcha, sente-se fraco e desejoso por se agarrar a algo, uma simples companhia e alguém que lhe dirija a palavra. Fala e já ninguém ouve, é letra vencida entre iguais.
Quando decide olhar para trás para sentir o conforto das suas origens, já todos desapareceram e não há degraus.
O Covid-19 está a dar muitos ensinamentos mas a vida ensina tanto como ele. Nada é eterno. Força CM, és a força que não permite pés indevidos nos degraus certos. Um dia o PSD-M de tanto governar para os mesmos não encontrará degraus para galgar.
