Covid-19: a sobranceria que mata

 

C omparar a atitude de todos nós, população, agentes económicos e GR no início da pandemia para a situação actual é passar do 8 ao 88. O convencimento, o laxismo e a sobranceria levam-me a pensar como estamos semelhantes aos casos dos Estados Unidos e do Brasil, países onde se menorizou o ataque à pandemia de forma irresponsável e que depois se perdeu mão no vírus gerando situações inconcebíveis. A subida gradual do Covid-19 na Madeira é perigosa. Os avisos e o grau de perigosidade é para se levar a sério. Não temos nem meios nem dinheiro para o laxismo e os outros têm os seus problemas para resolver.

Em abono da verdade, as acções do GR directamente ligadas ao vírus, nomeadamente na Saúde, não mudaram, o que mudou foi a abertura para excepções a amigos empresários, elites e a sua comunicação. O GR, depois de dar mau exemplo no Natal e Passagem de Ano, parece que acusou o toque sobre o que muitos diziam acerca do período natalício e as consequências em Janeiro, que se estão a concretizar.

Sinto que, pela primeira vez, quase todos se retraíram de dar a cara ou comentar porque sabem que será uma oportunidade e um rastilho para o debate subir de tom e provar que falharam. O silêncio ensurdecedor da singela comunicação diária, cada vez mais tarde, para quebrar o falatório nas redes sociais através da hora de descanso de cada um, é premeditado. Mais uma vez, se compara com as comunicações no passado inicial da pandemia. O GR sente-se pela primeira vez culpado e sem capacidade de argumentar, por isso acobardou-se na omissão dos seus responsáveis.

Os concelhos mais povoados da Madeira estão estão em risco elevado ou muito elevado.
É hora de começar a pensar e de respeitar as regras.

Esta falta de comparência comunicacional do GR, com mais assessores de imprensa de sempre e de uma empresa manipuladora na matéria, abre espaço importante que deve ser aproveitado para que alguém da Saúde, de cara limpa e sem verborreia, se torne aos olhos dos madeirenses a referência credível para os instruir e fazer respeitar as regras. Precisamos urgentemente de um médico que fale com sinceridade do que se está a passar e tenha uma atitude pedagógica, que leve uma parte considerável dos madeirenses a não subestimar o vírus, no egoísmo de conquistar nostálgica e irresponsavelmente o seu antigo normal ... às escondidas.

Sou observador de bares, tascas e restaurantes que de facto estão apinhados de gente (sem distanciamento social), com a porta fechada e com os veículos dissimulados (dispersos) para não serem sinal exterior evidente. A ARAE, que sempre foi sectária e exibicionista nesta matéria de fiscalização, está a falhar. Não só na vista grossa e falsos apuramentos que fazem aos DDT's, como na vigilância para fazer cumprir as directivas do GR. A contínua prevaricação, não é mais do que um sintoma de que não temem nem recebem visitas da ARAE e vão se instruindo como se faz.

Na base de tudo isto, a par da má atitude dos clientes que alimentam a situação, também está a realidade empresarial. Todo o empresário sabe que caindo em desgraça ninguém lhe deitará a mão e de que os apoios não passam de uma grande fantochada que iliba de culpas um GR atarantado, de gente incapaz e sem ideias para colocar no terreno. Eles são tachistas e não empreendedores, por isso nem sabem como acudir à economia, até porque se juntam aos DDT's que, num conluio, se protegem mutuamente.


Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2021
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