Covid-19: a Madeira já está em transmissão comunitária.

 

Recorte DN Madeira 13-1-2021

P or iniciativa própria ou por empurrão parece que o Governo Regional anda a alinhar a sua narrativa pela percepção da Opinião Pública. No último fim de semana, algo surpreendente, houve um volte-face no GR no que a Covid-19 diz respeito. Pode ter a ver com o facto de insistirem tanto numa perspectiva de negação, que se tornou inviável pelos casos reais diários ou porque foram informados de que Janeiro será terrível pela projecção. Se no continente já sabemos o que se passa, na Madeira essa projecção encontra um silêncio sepulcral, a lei da rolha de sempre.

Quando vejo Maurício Melim e Herberto Jesus a falar parece que observo o virologista Anthony Fauci da Administração Trump a lidar com o brutamontes do Presidente. Segundo o jornalista Bob Woodward, Donald Trump conhecia a gravidade da Covid-19 desde Fevereiro do passado ano, e até admitiu que era muito mais grave do que a gripe, ao contrário do que então ele próprio afirmava publicamente. Provavelmente acreditava que se resolveria e não atingia em cheio a sua campanha eleitoral. Trump confessou que não queria criar pânico, para mim só tinha eleições em mente. Nada mais errado, é o exemplo clássico de esconder a verdade e perder a razão sem prestar o serviço que se espera ao país. Que seja uma lição para a "Administração" Albuquerque. Mas há outro pormenor de Trump, um assessor, Paul Alexander, foi enviado para convencer Fauci a dizer que "as máscaras são para os professores nas escolas. Não para as crianças” (um Jorge Carvalho chapado a criar estigma sobre os professores), tudo para convencer os pais de que as crianças não transmitem a Covid-19, para assim Trump tentar promover a ideia da reabertura das escolas. Na Madeira, desde Dezembro que se pede que fechem e, só agora, às portas de cair a máscara ao GR, é que cedem.

Os nossos governantes são iguais a Trump e fazem política com tudo antes de dar um passo em favor da Saúde Pública. É preciso relembrar que, na transmissão local, sabe-se que uma pessoa se infectou pelo contacto com outra, identificada e com conhecimento da respectiva cadeia de transmissão. Na transmissão comunitária ou sustentada, não se consegue mapear a cadeia de infecção e saber quem foi responsável pela contaminação dos demais. Por uma questão de "quantidade" a Opinião Pública tende a desconfiar que o GR já não consegue mapear os contágios na Madeira, contudo não baixa a guarda.

Basta ver a surpresa do Porto Santo na passagem de ano.

Este artigo do Diário de Notícias de hoje, tem a subtileza de descrever e definir a Madeira em transmissão comunitária ou sustentada sem usar os termos! Usa declarações de Maurício Melim e chapa-lhe com verdadeiro. Foi a 3 de Janeiro que soltou a dica, vamos a 13 (!) e só Domingo dia 10 (estranho dia) é que o GR parece vir a correr atrás do prejuízo. Quanto a mim, tudo isto tem toda a aparência de nos estarem a preparar com suaves prestações, a esvaziar as responsabilidades, tudo para não dar razão à Opinião Pública que há muito acertou por dedução e porque não confia nos controlados do GR.

Dizem que a informação deve ser absorvida só de fontes oficiais, meus amigos, a Opinião Pública que pensa tem o CM! Publique-se por favor!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021
Todos os elementos enviados pelo autor.