A morte da imprensa

 

C ontinuamos a assistir à morte lenta da imprensa regional agora, curiosamente, na versão com dinheiro sem credibilidade no modelo Jornal da Madeira/JM, às mãos do betão que facturou e factura demasiadas vezes em legal ilícito, para arrotar todo o dinheiro que investe no branqueamento do sistema e que compra uma boa parte dos jornalistas, nem que seja por vergá-los ao vencimento que recebem dos patos bravos. Alguns jornalistas têm brio mas o palco é dos DDT's.

Foi um longo caminho que se iniciou com toda a sorte de jornalistas vendidos a políticos, ao governo e aos DDT's, processo de décadas e que os mais antigos são agora assessores do GR. Acharam que a sua profissão não era segura ou actividade estava em extinção se não estivessem associados a um legal ilícito. Foi a mercantilização da informação. A imprensa, hoje em dia na Madeira, parece retirada das soluções empresariais onde uma actividade que não dá lucro se associa a outra, que a financia. Por exemplo, roubar pedra é segurar o suporte da bajulação.

Entramos na era da massificação do bem dizer ao GR, quem destoa é um anti-Cristo, é o anormal rodeado de vendidos à máfia que fazem vida com as migalhas dos que se lambusam. Estamos na era dos comentadores que dão vómitos, que se sentem tão bem com inverdades e narrativas que deixaram de distinguir os seus desejos e a ficção daquilo que é a realidade. Chamam tudo aquilo que são aos outros, é o caso de José Prada hoje no DN. Hoje, o secretário geral faz de tudo para vingar, com toda a potência de um grito do Ipiranga, uma narrativa de "chamo antes que me chamem", virar o bico ao prego.

No DN assiste-se ao incremento de bajuladores, de idiotas sem independência, de repetidores de inverdades. Essas não chamam de fake-news, a desfilar tal como no JM, para mim estão iguais mas, se calhar, a segunda divisão é o JM e a primeira é o DN, sob o ponto de vista da Renovação mas para os leitores é nada mais do que folha à frente.

Ontem, o principal autor de muitas inverdades nesta região, a que chamam de marketing político, outros simplesmente "jogadas", também começou a escrever. Adicionado ao dia daquele idóneo produtor de Inquéritos Parlamentares de capa laranja que, em part-time, ora brinca aos telemóveis, ora faz de jornalista como a perdedora das Autárquicas na RJM. Quanto tempo têm para se dedicar ao jornalismo opinativo, com certeza trabalham em prol de todos, não querem segurar o ambiente onde sobrevivem. 

Isto vem a somar há muito, em total passividade, porque os únicos que têm dinheiro para falar são os puros cheios de honra à volta do poder. Poderão pensar que está tudo controlado, o que é um erro, a pobreza incrementa, a ditadura também apesar de ninguém querer falar do assunto. Todos estes seres comentadores que estão bem da vida e ainda encontram a podridão e os erros nos outros, esquecem-se que cada vez mais constroem futuro só para eles, que o crime aumenta, que a pobreza é extrema, que a actividade económica está só no essencial para a sobrevivência dos seres. Podem florear, mas definhamos a passos largos e pelo seu falatório sabemos que não têm soluções para além de doses cavalares de propaganda.

Sem a opinião de todos, em que cada um é capaz de ouvir duas vezes e falar uma, estamos só perante políticos autistas e dependentes da política. Consequência de uma larga maioria de jornalistas vendidos que cedeu o lugar a comentadores de coro e a políticos profissionais. Os que ainda escrevem com isenção mas, já com medo, vão sentir que não são bem vindos e irão morrer abafados pela ideia comum que se generaliza ou afastados a pinças para meter mais um bajulador que queira garantir visibilidade.

É quase humor negro que aqueles que tanto acusaram de fake-news serem os únicos que, em liberdade e protecção, acedam a receber o meu texto que peço que publiquem. Único lugar onde a palavra não tem que criar cadastro de vigilância tal como na ditadura que muitos querem, ainda mais se entregando ao populismo do Chega, agora braço direito do PSD-M na Região. Reparem que o Presidente pede respeito àquele partido mas não respeita os eleitores nem leitores. Será que a manipulação vai dar certo? Ninguém sabe até onde foi a compra de votos, a sementeira de ignorantes e dos fracos de espírito.

A imprensa ressuscitou com dinheiro sujo e é inquinadora do nosso futuro colectivo, o 4º poder fundiu-se na Madeira.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 31 de Janeiro de 2021 10:32
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