Um mar de lixo

 



A ndamos muitos anos a tratar mal o mar, o povo no asseio e o governo nas obras e falta de planeamento. Depois de recentemente ter havido o episódio da ETAR do Caniço a conspurcar os Reis Magos e do Poço de Hibrocarbonetos a paredes meias com o mar, o nosso passado foi de lançar terras a ele criando fajãs artificiais ou até mesmo directamente no leito marinho.

Sabemos que, a cada intempérie, toneladas e toneladas de terra arável e fértil são lançadas ao mar através das ribeiras. A tradicional mancha de terra no mar indicia que a montante revolvem as terras para roubar pedras ou fazer obras, que remexem nas laterais das ribeiras destruindo o mando vegetal que fixa as terras e que normalmente é composto por arbustos, muitas vezes canas vieiras ou ervas em geral. A terra não descansa com a avidez por obras, lucros e falsas seguranças, ela é deixada solta e a corrente leva. Depois efectua-se, no caso do Funchal, a dragagem no interior do porto com mais aldrabices, em que se factura tudo mas executa-se o trabalho pela metade. Assim garante-se, a curto prazo, mais necessidade de desassoreamento até porque as ribeiras não param de debitar. Parece as chamadas de valor acrescentado dos call centers, quanto pior o serviço e mais esperamos ... mais facturam com a nossa espera. Chama-se roubar com engenho.

Nenhuma obra produz cuidados para que tudo isto não chegue ao mar mas, se por acaso alguém reclama, colocam soluções rudimentares que fingem no momento mas que depois, sem reclamações, passam a não ser observadas. Estamos a ver a total impunidade que este governo, ajoelhado às obras, não produz com fiscalização às suas próprias obras. Antes porém colabora para que "facturem". Se houvesse, alguém a fiscalizar verdadeiramente, naquele caminho do Porto da Cruz teria-se notado a má concepção dos alicerces ... e ainda aqui vamos.

Numa altura que o mundo civilizado cuida dos seus braços de água doce a caminho do mar, ribeiras, riachos, rios, etc, com soluções para que deixem de ser principal veículo dos plásticos para os oceanos, na Madeira temos esse problema em crescendo com as ribeiras "desportivas de alto rendimento" que são uma alegria para as águas ganharem força e levarem tudo para o mar. A cada mancha de terra no mar, sabemos que a decantação que projectam não funciona com terras diluídas, a não ser para se cobrar do serviço de desassorear para levar a pedra de borla.

Está para se saber os milagres das análises das nossas águas e as respectivas bandeiras que conferem qualidade. Ou o mar é um poderoso limpa-tudo ou as águas são recolhidas em lugares estratégicos. Mas, o mar também devolve ...

... este é o retrato de uma obra inaugurada recentemente, com pompa e circunstância, por políticos vendidos e comprados, empregados do betão, elogiados pelos perfis falsos das redes sociais, uma verdadeira corte de idiotas que nestes momentos se escondem. Os outros que observam são ressabiados, querem mal à Madeira.

Porque não há fotos do túnel falso? Outra mega obra "brutal" de pouca eficácia para o preço que colocaram na factura. Em tão poucos meses, a natureza mostra que não está para aturar "facturadeiros", tal como o Covid não respeita fronteiras ou classes sociais.

Termino, enviando um abraço ao Pedro Mendes Gomes, empresário do mar, que sendo social democrata nunca deixou a estupidez carneirista o atingisse e que constró,i a cada intervenção com verdade, o rumo certo para o nosso mar. Quiçá, o segredo está na sua independência financeira e emprego, o que mostra também, tal como o mar mostra os crimes nas ribeiras, de que o GR está pejado de tachismo que destrói a Madeira e só rouba inutilmente o erário público.

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Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 3 de Dezembro de 2020 10:24
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