Não acredito

 

Q uando passo os olhos pelas redes sociais, concluo que a larga maioria dos madeirenses falta-lhes capacidade de interpretação de factos e notícias mas, enquanto não lhes atingir a algibeira, não ligam a nada. Nestes últimos dias o colapso regional vai sendo desenhando como muitos anteviam (moratórias, fim da resiliência) e as contas não batem certo em nada. Eu já não acredito nas estatísticas da DRE, não acredito no superavit do Calado, não acredito no empréstimo sem ter entregue uma grave garantia em troca, não acredito na capacidade de baixar impostos quando a arrecadação fez travagem a fundo e os gastos sociais são alarmantes. Não acredito nos apoios e até deveriam mudar o nome para "empréstimos publicitados pelo GR". Não acredito nos números do desemprego e da ocupação hoteleira. Não acredito em inimigos externos mas sim nos internos.

Não acredito na gestão do Covid nos mais diversos lugares, nas escolas por exemplo, confluência dos representantes das famílias para troca de Covids, os melhores elementos para propagar, os jovens sem consciência mas nada se faz. As escolas mostram como são um calcanhar de Aquiles, já referenciado, depois da falta de cuidado dos jovens na forma como se relacionam.

Ontem foram 31 casos locais (não há turistas ou estão melhores do que nós?) e a aumentar de dia para dia, com imensas festas à porta (algumas apanhadas) isto não está a correr bem. Sente-se uma aparente calma que permite a passagem dos números graves sem alaridos para a opinião pública, enquanto as pessoas estão "entretidas" com outras notícias e fait divers, algumas entre a preocupação com o colapso da economia e as rotinas de Natal. Não creio que os madeirenses acatem as precauções que o GR deseja para a época da Festa, basta ser bom observador no dia a dia. Tascas então ... Parece que cada um se acha  um caso singular de imunidade pelos cuidados que tem e julgam ser suficientes. Há maus costumes que os convencidos não detectam, sobretudo no manuseamento da máscara e o contacto com as superfícies. Vejo crianças de tenra idade deixadas a tocar em tudo enquanto os país bebem café (o que me faz mais impressão). Este clima de habituação e laxismo trará dissabores.

Outro facto que não ajuda, porque é que quando o vírus é num estrangeiro, chegado ao nosso aeroporto, dizem a nacionalidade mas, quando é um madeirense não se diz o local, zona da infecção ou surto? Só se ouve falar maioritariamente nas escolas, muitas vezes declarando com uma semana de atraso e não no momento. Parece que estão mais preocupados com os estigmas do que com a Saúde Pública. Essa informação é vital para as pessoas se protegerem, evitando esses locais por algum período. Acho falsa a gestão da crise porque fomenta mais casos em vez de evitar. A fiscalização é claramente deficitária e na passagem de ano não há condições sem que as pessoas colaborem. A vacina não vai fazer milagres imediatos e esta exposição da Festa vai nos sair muito cara.

Na propagação do Covid-19 há segmentos da sociedade claramente mais prevaricadores mas dizê-lo é xenofobia.

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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 5 de Dezembro de 2020 12:38
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