E m Março de 1924 o governo liderado por Mussolini assinou um contrato de exploração petrolífera com uma empresa chamada Sinclair Oil. O contrato era de tal maneira lesivo da lei e dos interesses do país, que Mussolini assegurou que não seria anunciado publicamente até às eleições nacionais em Abril (acabou por ser assinado apenas em Maio).
Sabe-se hoje que havia ligações e esquemas de suborno ligando a Sinclair Oil a pessoas do Partido Fascista Italiano, incluindo o irmão de Mussolini.
Depois de recolher provas sobre o caso de corrupção em Londres, Matteotti, eleito deputado pela oposição em Abril, preparava-se para revelar o caso num discurso de abertura da Assembleia Italiana no dia 11 de Junho.
No dia 10 de Junho foi raptado, torturado e assassinado. Foi um assassinato apressado e desmazelado que permitiu que o sistema judicial, ainda com alguma independência, estabelecesse ligações ao movimento fascista e ao próprio Mussolini.
A instabilidade social que se seguiu permitiu a Mussolini impor o seu regime de partido único, subjugar o poder judicial e qualquer outro tipo de escrutínio. Nesse ano "acabou" a corrupção em Itália.
Haveria muito mais a dizer sobre corrupção, perceção de corrupção e a ideia de que os líderes fortes e totalitários a combatem. Sei que não vou convencer quem não quer ser convencido que lideranças autoritárias sem escrutínio são imensamente mais dadas à corrupção do que democracias devidamente escrutinadas.
Mas para fechar o círculo da argumentação, fica só o dado que encontrei há dias numa pesquisa para o meu artigo no Eco e que me motivou a falar sobre isto. Sabem em que regiões do país as pessoas têm menos perceção da existência de corrupção no sector público?
Açores e Madeira.
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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 22 de Novembro de 2020 18:44
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