Um ano de eterna saudade ... já "fostes".

 


M anhã cedo fui a um snack-bar tomar a minha bica, em voz capaz de se ouvir, alguém lia o JM no telemóvel ... "Um ano de eterna saudade ...". Não tive lata de olhar e pensei que estava na necrologia, nisso o JM parece dar cartas, será mais barato ou as agências funerárias têm empresários do regime? Bom proveito lhes faça. Porque o homem se distraiu com um cumprimento meti o bedelho para ver quem tinha morrido há um ano, afinal era mais um dossier do GR, desta feita tão laranja que Albuquerque parecia o diabo, roçava o vermelho. Pode ser reflexo do autoritarismo ... a caminho do comuna, um catavento daqueles tanto dá CHEGA como extrema esquerda, ele quer é ter poder. Mas está certo, "Um ano de eterna saudade ...", na gíria ... "Já fostes ...", o poder mingou numa coligação gripada que se tem de auto-elogiar para ninguém perceber que deu péssimos resultados. Ainda mais esfomeados chegaram ao poder.

Afinal, hoje deu-se a girândola final a som de petardo com muito fumo, apareceu o cerejinha no topo do bolo. Depois de mais de uma semana a fazer cadernos para destacar grandes anúncios do governo, cada secretário, vice-presidente e finalmente o Presidente, tenho as certeza de que o JM está capaz de se aguentar por mais uns tempos daquela agonia deficitária da qual é culpado por não ter credibilidade. Na Madeira, quanto pior o jornalismo mais se factura. Engraçado, não é?

Para ocupar espaços, os jornais criam ídolos dos pageviews, os Zés-Maria dos big-brothers, idiotas que se adaptam à curiosidade na rede, com frases enigmáticas ou que provocam curiosidade mas com conteúdos ridículos, muitas vezes insultuosos com duas linhas para contar mais uma visualização. Quanto a mim, os três principais desafios globais do jornalismo são as redes sociais e influenciadores que ultrapassaram os outros meios concorrentes, e ainda os recursos limitados e as fake news. Agora vem a idiotice, como os jornais locais têm aversão à notícia que importa, como vasculhar a intensa corrupção que grassa na ilha, vai dando espaço e notoriedade a gente vazia que depois ganha pés e retira a atenção sobre os jornais que se tornaram desinteressantes. A estupidificação do povo acaba sendo o cancro do jornalismo e da sua fraqueza perante grupos de poder que tudo compram.

Grande parte dos jornalistas se venderam e tudo começou por um arrastar de asa que os denegriu definitivamente. Quando começaram a desvalorizar a profissão, e tornaram-se fretistas, para sonharem ser assessores do GR. O que dizer dos efectivos de agora, cada vez mais descarados? As figuras são tão confrangedoras que estamos para descobrir o lucro, com certeza em benesses na vida pessoal.

No contexto mundial surgem perguntas como ... o que é feito dos Panamá Papers? A montanha pariu um rato? É que tínhamos muitos por cá. É impossível aos jornalistas locais não saberem a enorme podridão que vai pela Madeira quando o cidadão comum já transborda de conhecimentos. É por isso que ficam bem mal na fotografia, vemos a volta pelo bilhar grande para não tocarem nos bezerros sagrados. São cúmplices e complacentes com a máfia, são tantos que já se cai na tentação de generalizar.

Hoje acaba uma mega tranche financeira ao novo "Povo Livre", praticamente ninguém leu, os do PSD já sabem lenga-lenga e o povo não se deixa enganar mas, a factura é paga integralmente. A fita está feita, caramba, outra concorrência que mata o jornalismo. Segue-se o habitual, notícias sem contraditório, publicação na integra das missivas da agência de comunicação, fotos do fotografo publicitário 3500, idiotas que descobrem sinónimos para a cartilha de sempre e se dizem cronistas ou articulistas.

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Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 15 de Outubro de 2020 10:45
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