O dilema Covid-19: Economia vs Saúde

 

O Covid-19 tem dado um banho de humildade ao homem. Esse que assina tratados em favor do ambiente e cada vez agride mais, que desaparece com a diversidade valorizando só o que dá dinheiro, o que impõe as suas regras ao planeta não sabendo o seu lugar e o respeito que lhe deve.

A economia é muito importante, é o sistema que nos tem regulado nas trocas comerciais e rendimentos mas, sem vida, nada vale. Eu percebo que confinado e sem emprego não tenho como pagar e o investidor obter o seu retorno. Sinal de que esta experiência da pandemia exige o aperfeiçoamento das regras da economia como tantas outras para além das verdade tomadas como absolutas. O tele-trabalho foi uma evolução, para quem pode.

O problema está nos glutões da economia cristalizada que colocam os seus interesses acima da Saúde e dos mandões da macro-economia que só sabem regular por chapa 7. Vimos isso no default do país com as regras sempre iguais para todos, que não atendem às especificidades do país e que em vez de o salvarem o tornam ainda mais fraco. Afinal eles não se adaptam como os outros, habituaram-se a mandar e  não a ser mandados pelo Covid-19. A economia segue igual, porque sim e porque pensam que com o dinheiro que têm podem se curar comprando o que de melhor há, pensam que são imunes. O Covid-19 tem morto rico e pobre. Eu mudo de hábitos, eles não, são uma excepção. Como eles têm o poder de decidir e eu só me submeto, eles ganham.

Há um problema, eles também existem por terem vida e, tal como Trump, a avareza pode ser tal que aprendam também muito sobre Covid-19 em convalescença. Deus lhes dê a cura, para a loucura de tentar aguentar isto até que a pandemia se descontrole. Estamos em tempos singulares com gente a pensar em normal antigo. Quem está instalado no modelo não quer sair nem com Covid-19. Que morram todos, depois vão vender a zombies? Se não resolverem primeiro a Saúde, vão obter os rendimentos a que está acostumados? Que tal um ano sabático na economia para meter a cabeça no lugar e inserir elementos de correcção? O tempo já decorre mas a atitude não. Foi a oportunidade do mundo em se salvar proporcionando o momento de consciência. Desaproveitado.

A Madeira tem um dilema, o Covid-19 descobriu a carapuça mas ainda não acabou. A primeira leva de Covid-19 foi fácil de gerir, com base na ignorância e medo de muitos, foi só fechar e agora vemos as consequências pela falta de coerência. Tendo sempre presente o que já disse neste texto. Agora queremos o turismo que mandamos embora à força, quando há mais casos a rondar na região do que na fase inicial. Agora somos todos corajosos sem contudo o sistema público de saúde tenha melhorado. Surgiu o primeiro médico infectado, foi desvalorizado, surgiu outro e a estrela de contacto foi de 17 pontas. Estamos tesos e a arrogância fechou porta ao aval. A propaganda prossegue agora já sem fundamento. Vamos olhar para os outros exemplos e não pensemos que somos diferentes.

Temos, portanto, um problema de moderação no ataque ao Covid-19. Nem tanto ao mar nem tanto à serra, não do 8 ao 88. CALMA! Temos histerismo político a toda a hora, ao sabor do popularucho mas não na correcta gestão.

Dos que diziam que fechar aeroportos e portos não era o procedimento indicado ninguém se lembra e agora, que companhias aéreas e de cruzeiro nos ignoram, estão os mesmos papagaios a liderar a opinião dizendo exactamente o contrário do que fizeram na primeira vaga. É esta gente que nos governa. E são estes os visionários que não contribuem para o nosso futuro colectivo. Tempos excepcionais são para gente excepcional e só temos medíocres, estes mataram os primeiros na vida pública.

Parabéns àqueles que fizeram existir o Correio da Madeira. Mudaram a abordagem, parece areia a fugir das mãos. Muitos na Madeira pensam que controlam tudo tal como os senhores do Mundo.

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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 11 de Outubro de 2020 10:39
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