Mensagem aos jornalistas: dar-se ao respeito!

O domingo para mim é um dia de leituras e, de certa forma, sonho com a pasmaceira do Inverno porque faz o meu género. Eu não sei o que acontece aos outros, durante a semana vou colocando notícias que me chamam atenção pelo título de parte e no FDS leio, uma atrás da outra cronologicamente. Acho que exerce uma influência superior em mim para topar as barbaridades da informação. Daqueles que têm uma agenda mas nem sempre corre bem e do jornalista que no rebuliço de apresentar serviço não pára para pensar. Alguns não sei se pensam na influência das notícias antigas na actualidade. Penso que há boa "maldade", muito mais do que tornar efeméride.

Aos comentadores cabe esmiuçar as notícias mas aos jornalistas não cabe só relatar, convém ter um pouco de arrojo nas perguntas que deverão surgir perante um poder que os engana. Não estão informados ou não querem fazer jornalismo? Fazer uma boa pergunta torna um jornalista respeitável e respeitado porque o político ou governante (artista do ilusionismo) percebe que se vai entalar.

Ética jornalística não é facilitismo a um potencial indivíduo que lhe pode melhorar a vida. Não é sentir-se coagido pelo seu patrão, é saber fazer sair a informação pelas brechas da oportunidade e da diplomacia. Suponhamos que você jornalista e assalariado do monstro, comece por ler as vidas passadas de infiltrados, espiões e informadores das causas. Seu caso não é único mas tão só cópia fiel interpretada por fracos actores na actualidade.

A ética e a deontologia do jornalismo colocam o acento tónico nas questões relativas à qualidade da informação, vista numa perspetiva de objetividade, de verdade e de rigor da informação (Laetilia, 1995) doa a quem doer (Traquina, 2002: 75). Este paradigma resulta, em grande medida, das transformações realizadas com a industrialização e profissionalização do jornalismo durante o século XIX (Chalaby, 2003), em que a objetividade, embora matizada no início do século (Schudson,[1978] 2010: 13 e ss), surgiu como um elemento central de uma nova comunicação pública. Mas tem também na sua génese o princípio utilitarista da imprensa como tribunal da opinião pública (Bentham ([1822-1823] 2001), de um serviço destinado a vigiar os poderes públicos das ameaças constantes da corrupção do poder (Camponez, 2010: 70-72).

Quando e se o monstro cair, lembre-se jornalista que você lhe pertence e será arrastado. Não existe virtuosismo algum no que se passa e tudo é sustentado de forma legalmente ilícita, ganha de um lado para aplicar de outro, uma mão lava a outra, um negócio só existe para salvar ou manter outro. O sucesso é efémero porque não sustentável, é outra vez ilusionismo de poder. Basta perceber as viabilidades virtuosas para entender as obscenas. Não consta que, apesar de toda a sedução da trapaça, que tenha havido alguma que perdure, porque adulterar a natureza das coisas é atentar contra uma força que encontrará caminho como a água ...

Contra a ideia de que as emoções são um obstáculo à razão e à moralidade, fonte de enviesamento e de distorções do raciocínio moral, as feministas não são as únicas a valorizar o valor epistémico e moral das emoções, em particular no domínio das relações pessoais. A perspetiva do cuidado – diferentemente de outras análises das emoções – integra esta dimensão epistémica como corolário das atitudes e das atividades práticas que nos são primordiais. O conhecimento e compreensão morais advêm, não por acrescento, mas como um aspeto da atenção sensível, ativa, pelo outro (Paperman, 2009: 96).

Hoje decidi escrever no Correio da Madeira porque percebi um pequeno grande pormenor nas minhas leituras, se o poder compra e confunde a informação que é notícia, COMENTAR é a solução, explorar, perguntar, especular faz bem ao pensamento para sair do que nos dão mastigado e não acusa ninguém. Se juntarmos a isto o anonimato, que produz a liberdade, só posso dizer ... parabéns Correio da Madeira, e força jornalismo trôpego, maltratado por traidores.

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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 25 de Outubro de 2020 16:49
Todos os elementos enviados pelo autor. Ilustração CM.