Lisboa não tem culpa nenhuma, a Madeira é que faz a porcaria!

 


S ou um pai que, orgulhosamente, foi ajudar a sua filha a se estabelecer em Lisboa com a finalidade de tirar o seu curso superior. Naturalmente se procurou um espaço habitacional, tratou-se de transportes, matriculas, compra de elementos para o estudo, bens para a casa ao supermercado. De todas as despesas com que lidei, a que mais me impressionou foi o supermercado. É impossível não bater de frente com a nossa realidade.

Os preços do supermercado em Lisboa são muito diferentes daqueles que são praticados na Madeira. Dirão que são os custos de insularidade. Eu aceitaria se não conhecesse as aberrações da nossa terra.

Foi aí que me lembrei da quantidade de vezes, e a proximidade entre elas, em que o Governo Regional da Madeira injecta dinheiro na APRAM. Não quis ir muito atrás, só nestes últimos anos. É verdade que agora não aparecem cruzeiros, uma receita banida que dava muito pano para mangas quando aqui ao lado, nas Canárias continuam a facturar.

A APRAM está desde 2014 no perímetro orçamental da administração pública regional, depois de ter sido reclassificada para efeitos de contas nacionais. A RAM é accionista da APRAM, sendo titular de 100% do capital social. Aqui começa o descalabro.

Estive a fazer contas e só com os navios de carga a APRAM daria lucro mas pelo contrário, o que se vê, é uma empresa deficitária a ser permanentemente injectada ou subsidiada para se manter. É natural que até possam colocar o Pilar de Banger em Presidente da Administração que o resultado seria o mesmo com menos despesa.

Sem me esmerar nas pesquisas, em janeiro de 2016, a APRAM recebeu uma injecção de capital de 29,1 milhões de euros para abatimento da dívida e pagamento de juros.

Em março de 2017, é celebrado um contrato de empréstimo entre a RAM e a APRAM até ao montante de 17,4 milhões de euros.

Abril de 2018, o GR celebra de um contrato-programa com a APRAM num valor máximo de 6,4 milhões de euros para a dragagem do porto do Funchal. No mesmo mês o Conselho de Governo autoriza empréstimo entre Região e APRAM no valor de 21,1 milhões de euros.

Em maio de 2019, o GR injecta 16,6 milhões de euros na empresa Portos da Madeira (APRAM).

Onde é que eu quero chegar? A APRAM é altamente deficitária numa área altamente lucrativa, não passa ano algum que não receba algum sinónimo de empréstimo, injecção, contrato-programa. O GR/APRAM sustenta um lucro burlesco do senhor Sousa de forma escabrosa e depois ainda subsidia o transporte aos comerciantes, dá subsídio ao Lobo Marinho e também às passagens que vão bater ao mesmo bolso

Eu pago para existir uma APRAM que nada gere e consome recursos financeiros da região, quando temos um operador portuário que explora sem pagar para eu depois comprar ao preço dos olhos na cara bens no supermercado. Depois dou de caras com esta mega burla regional com os custos dos supermercados em Lisboa. Diziam que era mais caro enviar um contentor de Lisboa para a Madeira do que para Tóquio? Pela lista comparativa de bens, eu acho que até o frete do foguetão para a Estação Orbital Internacional é mais barato. Não fui preparado mas tinha as minhas ideias, fotografei os preços lá e comparei aqui.

É natural que o senhor Sousa compre o Diário de Notícias para não se saber desta burla, tem dinheiro para isso e muito mais. É só lucro sem pagar o que usa e depois vem se fazer de mecenas nas escolas?

Por este andar, nem os madeirenses vão morar na Madeira. Para findar, dizer que falei disto a um amigo, funcionário da APRAM, ele riu-se ... todos os anos é uma, duas e três injecções. É caso para perguntar se é a vacina oral da gripe em 3 tomas de 10 dias e descansa 20 dias em cada uma. Ainda soltou, eles sabem cobrar a malta dos iates, até vão a correr mar fora para cobrar ... É bárbaro aquilo com que nos deparamos quando mudamos as rotinas.

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Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 13 de Outubro de 2020 19:11
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