Enquanto os jornais desconversam, os governantes dão dinheiro a cheirar

 


P ara nós cidadãos comuns, sem interdependências e vénias, sem plano B de sobrevivência, parece que folheamos jornais de uma outra era ou ilha. Ambos tentam mostrar o q.b. que lhes permita manter a ligação aos leitores mas que também permita o poder se safar. Parece um jogo em que um destapa mas o outro já tem solução, no entanto, o que é verdadeiramente importante passa ao lado: a grande corrupção que suga e empobrece.

Andamos num misto de surrealismo do tipo Lopes da Fonseca ou Apoios do Governo à economia, anúncios e interpretações sem confirmação pratica. Andamos numa realidade híper controlada, a que importa aos abastados mundos dos proprietários dos jornais, a toda a praxis e nomenclatura, em suma "a máfia no bom sentido", que desejam continuar a usufruir de tudo como está, e que joga em seu favor. São todos honrados e os outros não prestam, os outros só produzem calúnias, são ressabiados, etc, mas feitas as contas, olhamos para quarenta e tal de poder e o benefício está sempre com os mesmos. Que prova mais gritante.  Tenho um cágado em casa, ele, com o assistencialismo que todos recebem, também seria um empresário de sucesso ou estaria bem empregado com um concurso à medida.

Os pilares da democracia não funcionam na Madeira.

Os jornalistas, que ainda não se venderam, encolhem os ombros e sem mais remédio aderem ao ganha pão. Apesar de não noticiarem na plenitude a desgraça que vai pela Madeira, corrupção e pobreza, sabem que ela existe e só é evitável se pertencerem à máfia do bom sentido, dona do erário público que tudo comanda na região ... até chegarmos à próxima falência. Estão a usar a sua posição para fazer a sua vidinha com informação privilegiada, que não passam aos madeirenses, e que deveria ser razão da sua existência. É imperativo não descer do comboio das oportunidades e orbitar onde ainda há futuro. Temos encontro marcado com a realidade, tudo será de repente, como da última vez, a grande dívida escondida. Já vimos este filme.

Esta ilusão criada de apoios e de que a vida afinal continua "na maior", começa a ficar ridícula para a larga maioria do povo. Eu não sei se os jornais em papel estão a cair em desuso mas, ontem dei comigo a entrar no Pingo Doce do Forum e havia uma pilha de jornais que, bem poderiam ter sido colocados de manhã. Ou as pessoas não lêem, ou aderiram ao online ou não querem saber. Parece que já vale de pouco comprar notícias. Será por não confiarem?

Estamos num momento em que ninguém se chateia, ninguém quer se informar, a ignorância parece poupar a saúde, distraem-se com imagens e pequenas frases populares ou bocas bem encaixadas. A comunicação social não informa e o povo não quer saber, basta ver o que dá sucesso nas redes sociais, sede do parasitismos fácil e de muitos egos.

Nisto de se queixar da falta de trabalho de investigação nos jornais locais sobre a Madeira real, sobre o verdadeiro estado a que chegamos, temos também um povo que acompanha no circo, podem estar pelintras mas não se descosem.

Ficam os poucos ainda lúcidos que, com ou sem dinheiro na algibeira, sabem que estas contas e estatísticas estão todas erradas e que só se salvarão pelo acaso de, mais uma vez, a Europa injectar aquele milagroso dinheiro que fará de novo as delicias dos que se instalaram no erário público, dos incompetentes a gerir, para empobrecerem a Madeira e comprarem tudo a pataco. A mediocridade é sinónimo de sucesso na Madeira.

Este estado de loucura que desconversa aumentará a emigração, assim que seja possível, porque a Madeira está insana, acabou o mérito, a selecção natural, tudo é um faz de conta e está politizado, a cunha é lei e as decisões não se suportam nos mais capazes. A robustez da economia a crescer foi um pifo. A verdade é esta, sem dinheiro e gente de fora somos muito pequeninos, a todos os níveis. Foi a grande lição do Covid.

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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 3 de Outubro de 2020 02:58
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