Ler o JM é espelho da demência

 

C ontinuamos entretidos, para a quantidade de problemas que a nossa sociedade enfrenta, passar as páginas do JM é um acto de demência. Parece outro mundo cheio de fait-divers, auto-elogios, máscaras para o desastre económico e alguns bobos-escritores que atiram de tudo contra os olhos das pessoas.

O facto de sermos um destino de ouro, por diversas vezes, nunca nos encheu os hotéis. A política local trabalha para dentro e não para fora, senão os resultados seriam outros até no tempo das vacas gordas para todo território continental e Açores mas não a Madeira. A Madeira adora títulos para os governantes se pavonearem mas não tiramos rendimento. Esse é só para quem pavimenta estradas na Laurissilva ou que vai aumentar em 40% a produção de Douradas, para meter mais jaulas e mandar os estrangeiros residentes  embora e os que poderiam vir com os Vistos Gold. Nós começamos a não ter turismo e a estragar as condições para ter turismo mas, quando também não temos transportes, temos o  luxo de acabar com o ferry Madeira - Continente. Uma campanha eleitoral é, nos dias de hoje, um chorrilho de mentiras e promessas não cumpridas. Dizem tudo para alcançar votos mas nada é um compromisso sincero.

Quando as equipas regionais se mostram aflitas para aceder ao transporte aéreo para os seus jogos, pergunta-se como vamos fazer chegar turismo? Tudo isto por mais um entretenimento da APM ...

... que sai-se hoje com a Madeira num suposto 3º destino mais referenciado para visitar, numa auscultação de 6766 pessoas na Europa. Ocupou mais de meia página mas, garanto-vos, que não vão encher hotéis. Tudo isto é repetitivo, esta gente não tem contactos internacionais que decidam alguma coisa, vivem do show off. Preferia não ter teses, prémios e auscultações mas ganhar um compromisso seguro com um operador turístico. Mas, se a Secretaria do Turismo não rende, a polícia volta a sugerir que a Segurança Social da Madeira, que serve para caçar votos, usar apoios para amigos e espiolhar a base de dados, não mostra trabalho na rua, o que significa que a senhora secretária sempre sorridente, que esconde uma víbora, é mais uma nulidade que distribui charme e show-off.

O fim da imagem de segurança, o multiplicar de crimes, roubos, vandalismo, a percepção dos turistas do ambiente que se vive na região vai reduzir o turismo e provocar a partida de gente que queria passar calmamente a sua reforma na Madeira. Desses da costa oeste que também já estavam agoniados com a jaulas. Ter o privilégio de manter os Vistos Gold (nisso não atacam Lisboa) e deitar a perder com asneiras, é mesmo cegueira de quem está no poder para abastecer algibeiras.

 

Quando estávamos numa loucura construtiva de hotéis que, no meio de uma crise que já existia antes da pandemia, levava as pessoas a perguntar como iriam encher sem mais voos, estamos num processo de "murro no estômago", com um mamute chamado Savoy que nem foi inaugurado e já envia funcionários para layoff e com 68% dos hotéis fechados, o que naturalmente gera a falta de clientes para os restaurantes que estão a fechar. Quando queríamos crescer sem turistas mas com cada vez mais hotéis, estamos agora  em "downgrading", ou seja, o turismo na Madeira está a reduzir a sua importância na economia regional (que se situa nos 30%). Por muito tempo, não voltaremos aos mesmos números de alguns bons anos atrás, antes da pandemia não é referência, muito antes.

Estamos ainda no primeiro terço do desastre económico, o Governo Regional está nas calmas e prossegue o que sabe fazer, propaganda, anúncios que ninguém alcança e entretenimento nos jornais.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 8 de Setembro de 2020 06:28
Todos os elementos enviados pelo autor.