Está aí a segunda vaga de Covid-19

 

B oa tarde, parece que este é o único espaço onde se fala sem preconceito, queria falar num tema que tem aparecido hoje, o Covid-19.

Sabem o que temos de muito semelhante com a Gripe Espanhola de 1918?

Os primeiros casos registados na pandemia da "gripe espanhola" ocorreram no Kansas, em março de 1918. O vírus recebeu este nome de forma imprópria porque os espanhóis, neutros na Primeira Guerra Mundial, puderam relatar o surto com mais liberdade do que as nações em guerra. Não estamos em guerra mas a economia manda e esta não deseja segundo confinamento nem os Governos aguentam. Para além disso, estão todos preocupados com o emprego. Vai haver a mesma tolerância com alguns a dizer a verdade e outros a escondê-la.

Segundo aspecto importante a reter e a comparar. Aquele surto da Primavera de 1918 teve uma mortalidade relativamente baixa, mas no final daquele ano - com sua propagação auxiliada pela desmobilização de soldados e um aumento do movimento pela Europa (imagine um paralelismo com as férias de muitos, viagens), o vírus voltou com um nível de letalidade nunca visto desde a Peste Negra, seis séculos antes. Infectou meio bilião de pessoas, cerca de uma em cada três da população de então no planeta, o número de mortos estima-se que tenha chegado a 100 milhões. Vai mesmo relaxar com a segunda vaga em conjuntura mais perigosa de estação do ano e circulação? A história existe para ensinar. Repare na atitude dos hotéis a encerrar para o Inverno, é péssimo para a economia mas é a atitude mais sensata e acertada a todos os níveis, sem perspectivas de clientes numa segunda vaga.

Sobre a Liberdade de especular, criar teorias da conspiração e ser laxista.

Todos são livres, façam o que entenderem com a sua liberdade desde que não estraguem a dos outros, por isso já implica mais contenção mas, podem se infectar à vontade. Para mim conta a comunidade científica, hoje ganhamos a certeza de que o ressurgimento de mais casos não é um aumento derivado ao desconfinamento (férias) mas sim da Segunda Vaga do Covid-19 que está à porta. Atenção, não vamos todos para casa como da primeira vez, portanto a haver irresponsáveis temos o direito de nos defender, assim como eles se acham no direito de não acatar lá com as suas tontices.

A minha avaliação para as atitudes no desconfinamento é "medíocre", meu Deus, uma Segunda Vaga com mais presença na Madeira esta gente vai se estatelar ao comprido, no entanto, ressalvo o trabalho dos centros comerciais que foi fantástico. Quanto mais poder, seja ele qual for ou as elites, até nisto querem passar à margem. Não foram exemplo para nada!

As seguintes imagens (coloquem link do facebook) mostram como a inconsciência é total, ninguém lhes explicou como o vírus actua e continuamos na base da ilha ao sabor do destino. Não temos Saúde Pública para estas exposições.


Vão começar as aulas.

No ensino, a falha das máscaras e refeições não augura nada de bom, até porque, o "se possível" na estratégia de mitigação do contágio esbate na falta de condições das salas, das escolas e na redução de custos que, em vez de manter o número de salas para distribuir alunos, prossegue o plano de racionalização devido à queda do número de dos mesmos. As escolas podem ter excelentes conselhos directivos mas se o espaço e a tutela não ajuda, nada feito.

Ainda sob tutela da educação, as creches se forem obrigadas a fechar por uma segunda vaga, sem "fecha-fecha aeroporto" e sem confinamento, é necessário um plano de contingência com uma ou mais creches (consoante o necessário) para os trabalhadores essenciais. Esta acção terá de ser encargo do Governo Regional.

Os idosos

As casas de cuidados continuados, lares, é preciso rever e não copiar o que foi feito, fechar ou em confinamento é uma coisa, sem confinamento é outra, é necessário divulgar as melhores práticas de prevenção e controle de infecções com as lições aprendidas com a primeira vaga do COVID-19. E isto não é conversa da treta quando nem sabem usar máscara.

Os reguilas

Parques e instalações recreativas, tenho muita pena quando estavam a arrancar mas, são sítios de respiração ofegante a mais, o sonho do Covid-19. Caso seja necessário fechar as instalações de recreação e outras comodidades nas instalações e parques, aquilo que foi a Telescola para o ensino deve passar também a exercício físico e da mente!

A importância do Poder Local

As câmaras devem planificar como responder às populações vulneráveis com os serviços sociais de emergência, modificando as instalações para criar locais de distribuição de alimentos e auxiliar o sistema de abrigo. Não, não é exagerado o que digo, desta vez é para enfrentar uma segunda vaga sem "fecha-fecha". Agora é preciso colocar a moleirinha a funcionar e se deixarem de propaganda barata.

Neste caso, e até mais do que a Secretaria da Saúde, as Autarquias (por proximidade) devem conter soluções de Protecção Civil, este é um caso onde se prova que não há duplicação de funções entre a protecção civil do Governo Regional e o das Autarquias. A primeira vaga foi praticamente em clima primaveril, a segunda é Outono/ Inverno, terá condições favoráveis a ser pior do que a primeira. Vão buscar o dinheiro às Casas do Povo ... enfie o barrete a quem couber.

O apoio a faixas etárias de risco residentes em cada concelho, deve existir para colmatar as vulnerabilidades e evitar saídas. "Levar a casa" deverá regressar em simbiose com serviços comunitários. Não esquecer que os hotéis, muitas vezes dadores de comida, provavelmente estarão fechados.

Nada disto é efectivo se cada um não se proteger, consciente de como actua o Covid-19, leve-o a sério (não como no vídeo, até o Bispo ... depois dá extrema-unção ... se não apanhar ...), não acredito que não se tenha apercebido de como é feroz pela TV. Sabe o que é mesmo um novo normal? Perder a saúde sem ter uma Saúde Pública que ofereça confiança.

Vem aí a segunda vaga, há 100 anos foi mais letal e temos condições tão parecidas.


Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 6 de Setembro de 2020 22:46
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