Cruzeiros: vamos ficar às moscas



A s Canárias, aqui bem ao lado, são um belo exemplo para denunciar a ineficácia da Secretaria Regional do Turismo, das suas diversas Direcções Regionais e Associação de Promoção da Madeira, reconduzidas ou escolhidas pela amizade ao seu Secretário, e de toda a prole de Técnicos Especialistas, tanto da Secretaria do Turismo como da Vice-Presidência.

Temos um problema de empatia e de incompetência. Não tenham dúvidas que aquele "fecha", que até teve excursão ao Aeroporto, marcou toda uma série de operadores e que, nas horas de decisão, jogam pelo seguro e deixam a Madeira de fora. Os negócios querem-se seguros e não com gente que tira o tapete, como foi o caso do Governo Regional. Por isso as Canárias criaram um itinerário entre as suas ilhas e não foi aliciante ter a Madeira que ... continua a dormir.

Quanto a mim, portos e aeroportos não se fecham, introduz-se controlo. Com o arranque da pandemia, a total falta de experiência e sobretudo de meios, fechar foi a decisão drástica para não mostrar as graves lacunas da Madeira no que concerne a Saúde Pública. Com isso marcou-se companhias, passageiros e tripulações. Ainda para mais quando alguns navios de cruzeiro se posicionaram nas Canárias para enfrentar a pandemia e o confinamento. As Canárias continuou a facturar e ficou bem vista. A Madeira continua a repetir o encerramento dos portos e o estado de calamidade.

O Porto do Funchal é uma máquina de fazer despesa, dívidas, e recebe periodicamente injecções de capital (quando não cobra pela exploração do Porto do Caniçal), e se diz estar encomendado para se depreciar até que o "Dono Disto Tudo" também fique com a operação no Funchal, com os cruzeiros, quando já começou a tomar conta dos serviços de amarração. Pé ante pé, vai chegar lá. Entretanto a APRAM efectua investimentos de monta para que seja "trigo limpo".

Há situações de verdadeiro "interesse", como o reforço dos tetrapodes nas costas da Pontinha mas, já se equaciona o investimento em embarques e desembarques, quando temos um aeroporto falível pela frequente inoperacionalidade e quando os instrumentos de exploração, se for para entregar ao DDT, deveriam ser da sua responsabilidade (400.000€). Nada mais parece do que os mesmos investimentos feitos no Porto do Caniçal em vez do DDT. Assim qualquer um enriquece.

Mas um azar nunca vem só e, num porto mal gerido e sem gente competente à frente, este continua a ser abusado com obras que provam que não deseja ser de cruzeiros através da nova lota. Quando estamos em presença de uma pandemia do corona-vírus, uma companhia de cruzeiros não pode deixar de pensar que neste porto existem gaivotas atrás de peixe e de que das "cagadelas" das mesmas se desencadeia o norovírus, principal ameaça até bem pouco tempo dos navios de cruzeiro, com sintomas de mal estar. diarreia, vómitos, etc, a bordo.

Estamos no culminar dos sucessivos erros cometidos, potenciados e relembrados pelo Covid-19, nas relações pessoais e de cargos, no asseio e organização, na falta de bom trato e promoção, nos interesses empresariais de alguns. Nas Canárias tudo é mais aprazível, funcional, interessado, inteligente, económico e com condições, só o Covid-19 poderá, por cancelamento dos corredores aéreos, evitar o sucesso do seu circuito para cruzeiros.

Com isto tudo fica a total desmoralização de quem factura com os navios de cruzeiro, ao contrário do que disseram alguns maldosos com segundas intenções. Os cruzeiros dão muito dinheiro, é vê-los agora a "chorar". No caso da AIDA, lembro de um profissional que fazia questão de dar boas-vindas e despedidas no porto aos seus clientes, nos antípodas dos tachistas de chorudos ordenados no Turismo e Vice-Presidência - promoção e portos. Mas isto será dito ou virá um iatezinho para a propaganda?

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 2 de Setembro de 2020 07:55
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