Crime a céu aberto

 


A cho que o leitor sabe que não é um anjo, já cometeu uma prevaricação, uma intriga ou uma inconfidência indelicada. Ninguém é inocente, mas o leitor deve saber que não quer que esses actos sejam públicos, e quando digo públicos, digo públicos numa escala nacional.

O que aconteceu ao professor Joaquim José Sousa não é uma malícia feita nos bastidores, nem sequer é prepotência, entra no campo da estupidez monumental, é um crime contra a dignidade da autonomia. Ficamos todos mal, a começar pelo governo e administração pública (a cadeia de comando agiu miseravelmente), a escola pública e o sector ficaram calados (apoio, que tal?), a sociedade está amorfa perante uma agressão flagrante.

Ninguém fica bem na fotografia, somos uma anedota nacional por permitir uma degradação destas nas nossas instituições. Albuquerque foi interpelado pelo Presidente da República, uma figura de autoridade permite uma alarvidade destas?? Que autoridade é essa? No fundo, este caso ficará para história, não só pela estupidez de quem conduziu este processo, mas também pela cobardia dos professores, dos partidos e da sociedade.

Este caso é motivo para manifestação com pedras a voar. E nós? Quietos, rançosos, a tremer de medo ou na boçalidade da cumplicidade com gente prepotente e anormal. Este caso é a vergonha do povo insular.

Não se trata do professor X mas a total incompetência de todo um sistema político e institucional. É a falência flagrante da integridade cívica de uma comunidade. O secretário da educação da RAM, vamos chamar os bois pelos nomes, Jorge Carvalho, agiu como um alarve, mas nós ao condescender com o alarve, fizemos uma figura infeliz. Não é o sonho que comanda a vida nestas ilhas, são os vermes.

Leitura sugerida: Entrevista a Joaquim José Sousa (revelações)

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Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 15 de Setembro de 2020 21:45
Todos os elementos enviados pelo autor. Ilustração CM.