N o papel e na imprensa tudo é muito bonito com copy-past. O senhor secretário diz o que lhe apetece e os jornalistas não estão por dentro dos assuntos para fazer perguntas e, se calhar, é inconveniente importunar ... podem precisar de uma cunha. Por isso dou-me a escrever para o Correio da Madeira. Vejo que a Madeira será um case-study: auto-jornalismo!
Vamos passar isto a limpo!
Questões que surgem em relação à notícia sobre a realização de testes a pessoal docente e não docente nas escolas da Região Autónoma da Madeira e a distribuição de máscaras a alunos. Tópicos de discussão/análise:
1. Testar docentes e pessoal auxiliar, excepto os que trabalham nas creches e infantários, alvo de teste em Junho:
- Então essas pessoas estão há três meses sem realização de teste à covid-19? Quantos estiveram de férias, com os eventuais e expectáveis contactos com familiares e amigos?
- Quantos estiveram no Porto Santo, viajando no Lobo Marinho?
- Qual a razão desta exclusão?
- Não será mais seguro generalizar esses testes a todos os que exercem sua profissão em qualquer estabelecimento de ensino?
- Como se sentem os pais das crianças nas creches e infantários? Sentem-se confiantes ao deixar lá seus filhos, quando sabem que ficaram à parte deste esquema de segurança?
- Preocupação em testar nesta fase inicial é medida política, passageira, de efeito pontual de poucos dias. E depois, como são as condições nas escolas? Vamos ouvindo que as distâncias dos alunos nas salas de aula serão uma realidade, “quando possível”, traduzindo, não haverá mudança significativa. Não seria medida de eficácia e de efeitos duradoiros salvaguardar todas as condições de segurança nas escolas?
- Além disso, vão testar pessoal que interage com os grupos tidos por serem de menor risco e não testaram os profissionais da Saúde que contactam com pessoas doentes, muito mais vulneráveis, muitos pertencentes a grupos de risco?!
- Como se sentem os madeirenses que necessitam de cuidados de saúde quando vão a hospital e centros de saúde com pessoal não testado? Não são alvo de atenção como os adolescentes e jovens? (aliás, quando os vemos de férias, em ameno e descontraído convívio, até mesmo em saídas nocturnas? Que discriminação é esta?
- Não é adequado fazer teste à covid-19 a todos os alunos? Fala-se do que foram os comportamentos de jovens durante estas férias, não estiveram em algumas ou muitas situações de risco?
- Que tal quarentena a todos antes de regressar à escola, se não conseguirem fazer o teste?
Sr Secretário da Saúde e da Educação, decidam-se! É que não se entende esta dualidade de critérios. Isto só gera confusão, perplexidades, sectarismos, sentimentos de segregação.
2- Distribuição de máscaras aos alunos:
- Tudo atrasado, fantástico, serão distribuídas no decorrer do ano letivo e não no início?
- Vamos assistir ao mesmo cenário de quando foi a distribuição de máscaras à população?
- Serão máscaras como as anteriores que toda a gente colocou de parte pois são desconfortáveis em vários aspectos?
- Não é adequado fazer teste à covid-19 a todos ao alunos?
Fico com a sensação de que temos uma imensurável sorte, porque os cuidados pessoais de muitos são inexistentes quando se apresentam cada vez mais casos de Covid-19 na região, porque as medidas são avulso sem manutenção da atenção, um marcar de calendário para se dizer que se fez.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 3 de Setembro de 2020 07:37
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