Terra de Loucos



O Governo Regional pôs as mãos à cabeça com os ajuntamentos vistos no Rally da Calheta, muito bem, vai daí, em vez de inserir os rallies no lote do futebol, permite na mesma a realização de rallies mas obriga todos, de forma ilegal (inconstitucional), a andar de máscara a partir de hoje. Quiçá para o vice-presidente poder ganhar a próxima prova.

Como as criticas estavam a minar os fundamentos da imposição, passamos a ter o uso "obrigatório facultativo", ou seja, é obrigatório mas ninguém vai autuar ... e a lista de excepções vai crescendo. Não bastando o ridículo, a imposição das máscaras não se deve ao rally, segundo o Governo, mas ela existe e o GR tem tanto medo da propagação e surto que dá tolerância de ponto para ir ver o rally. Agarrem-me!

A procissão vai no adro. Vamos lá ver, na Madeira há um grande número de aficionados dos rallies, os pobres vão ver o passatempo dos ricos com o particular milagre de não se saber de onde sai tanto patrocínio do comércio, numa terra de pobres e com a economia a azougar. Quer dizer, nós sabemos, sobretudo os que por acaso também trabalham no GR. Alguns sponsors até pedem para não meter o nome no carro senão dá nas vistas. Há alguns que até se apoiam a si mesmo ... com o dinheiro dos outros.

E continua a procissão no adro. O rally são três dias mais a festa e, por esses três dias de borga e satisfação, deita-se a perder uma fonte de rendimento da Madeira que estava a arrancar, o Turismo com as máscaras. Todo mundo falou, parecia o remake do busto do Ronaldo com o AVC. Nós sim sabemos fazer publicidade negativa à escala mundial.

Ébrios com o rally, mandaram o António Trindade que sabe o que diz se calar, inclusivamente o Paulo Fontes quando é dos principais responsáveis pelo "fim" do RVM, organização a par do ferry. Parece que estou a adivinhar, quando forem pedir ao António Trindade emprego talvez responda ... vai com o Paulo Fontes!

Como não perdemos tempo nenhum neste ano atípico, 3 dias rally significam mais uma semana que não se produz, com um novo normal, mas há a resposta na ponta da língua que as tascas fazem um dinheirão. No Governo dizem que parados poupam, os privados dizem que já não havia serviços mas com semana do rally pára mesmo. As elites recusam-se a aderir ao novo normal, quando as pessoas lúcidas estão preocupadas com o emprego, falta de rendimentos, colapso da economia, fim de apoios ou opção por um, garantias pessoais, entregas de casas, etc. Cuidado, há mais gente no silêncio do que cegos pelo rally. Estão já na realidade madeirense que se prepara para mingar de novo o seu nível de vida. Podem ir se distrair mas sabem que isto está tudo errado.

Outra matéria do foro da loucura, para quem faz contas, de onde vai sair o dinheiro para estes apoios a metro, por tudo e nada, com a angariação de impostos a cair e os apoios comunitários encaminhados para situações específicas? Ahhh pois, prometer não custa e depois a palavra volta a trás. Há quem diga que é uma estratégia de contentamento para eleições antecipadas, já que o Cafôfo nem acorda nem arranca mas, e se houver eleições desmoronam-se de novo as promessas e o cumprimos?

Parece que andam a tratar doenças com especialistas em paliativos.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 1 de Agosto de 2020 00:37
Todos os elementos enviados pelo autor. Ilustração CM.