O disco riscado



O s meses vão passando e as notícias dão-nos sempre a mesma receita, obras atrás de obras, físicas, de betão e alcatrão, estúpidas, de gente ultrapassada para o nosso tempo ... há muito mas também para um novo tempo e paradigma. É vê-los em bicos de pés a salvar a sua parte, querendo dar as suas perspectivas, como sempre, mas mencionando todos enquanto bom embrulho que engana pacóvios.

Toda gente desconfia que o dinheiro que um dia virá, para restabelecer alguma normalidade para todos, será absorvido pelo pequeno grupo de sempre, ficando cada um por sua conta a ver concursos mafiados, o empecilho da idade ou da experiência e as migalhas da caridadezinha.

Há dias pensava nisto, deram-nos 35 anos para provar que queremos pertencer à Europa mas, afinal somos África na tradição dos abusos de poder que enriquecem. Esses países, apesar de terem riquezas naturais e matérias primas não saem da cepa torta. A nossa riqueza foram os fundos comunitários e não soubemos elevar toda a nossa sociedade. Aborrece ouvir falar de Madeira Nova exclusiva dos que teimam em querer fazer crer que desenvolvimento é betão e alcatrão, mantendo um povo no limiar da pobreza para poder manipulá-lo. A Europa vê, claramente, com esta prova, de que não somos Europa e têm o direito de desconfiar o que andamos aqui a fazer.

A Madeira isolou-se tanto a se lambuzar dos dinheiros comunitários que, quando alguma concorrência aos eleitos do regime ameaçava, a Autonomia insultava e, contra toda a lei, criou privilégio e monopólios. A Autonomia reduziu a Madeira a meia dúzia com suas famílias, capachos, seguidistas e militantes. A Madeira foi esquecida de fora porque não vale a pena dedicar tempo numa economia fechada. Passou tanto tempo que parece que nem medidas anti-constitucionais demove os de fora do seu desprezo por nós. Não havendo mais nada para rosnar, agora até o pobre madeirense  ... com uma singela opinião, tem que ser ameaçado, reduzido ao medo e ao assédio moral pelos DDT que acham a Madeira sua sem os madeirenses.

Isolamo-nos tanto que é inexistente uma ligação ferry com o continente, as tarifas aéreas são proibitivas (quase como voar para outro continente), os fretes são exorbitantes, a internet é miserável comparada com a Europa, os Correios são inarráveis, os serviços públicos deteriorados e cada vez mais incompetentes, a Saúde Pública é para fazer o pior possível para migrar para outros lambões da Madeira Nova com clínicas privadas. Isto não é vida nem Europa, Isto é isolamento, incompetência e ditadura.

Queremos dinheiro mas ninguém ouve estratégia para usá-lo, não me apontem os de sempre ... tudo é déjà-vu, é sempre a mesma coisa e as pessoas estão cansadas. A Madeira vai morrer com estas elites.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado 8 de Agosto de 2020 06:48
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