Pedro, o provocador de braguilhas



Com Miguel Albuquerque desaparecido em combate, Pedro Calado é agora o todo-poderoso que manda nesta terrinha a meio do atlântico.

P ara que não restem dúvidas, o povo considera-o o descendente natural de Miguel Albuquerque. Para a imagem do marketing, Pedro Calado tem uma carinha de ingénuo e um comportamento de menino de coro, o que agrada a população eleitora que já vê Miguel Albuquerque como alguém nitidamente fora de prazo.

Mas quem conhece bem Pedro Calado sabe que não é bem assim, por detrás da imagem imaculada, é alguém cheio de expedientes e truques que roçam sempre os limites da lei, e os últimos acontecimentos provam-no.

Dono de uma estratégia maquiavélica, Pedro Calado perde-se nos pormenores da execução porque a Lei não lhe permite fazer tudo o que quer. Depois de ter ficado celebre pelo das 9 à 5 e mais tarde por estar-se nas tintas para a Constituição, surge metido em mais uma polémica.

Mas desta vez o tiro saiu pela culatra. Alguém no Governo pensava que o apelo ao uso da máscara teria o mesmo resultado que o fecho do aeroporto e que aumentaria ainda mais a popularidade ao PSD-Madeira, o que seria excelente perante um cenário de eleições antecipadas. Mas se a estratégia era boa, a execução foi um desastre.

O desastre foi de tal ordem, que os próprios deputados do PSD da Assembleia Regional não se inibiram de apelidar o método de execução como um perfeito desastre. À parte do descontentamento ficou Lopes da Fonseca que considera que o Governo agiu bem, numa clara tentativa de bajular e adiar o fim esperado deste governo.

Mas Pedro Calado não se fica por aqui, e em vez de recuar perante o descontentamento popular, demonstra que é um provocador de braguilhas, e assina a resolução do uso obrigatório de máscara como inicialmente programada, sem aquela pequena alteração que se pedia, isto é, bastava acrescentar que o uso de máscara era obrigatório em situações de grandes aglomerados de pessoas e ficaria tudo bem.

Com o patrão fora, Pedro Calado não pára, e depois de ter gozado de Rui Barreto com a distracção do Madeira Invest, chama a si a negociação com os grevistas da Horários do Funchal tirando o tapete a Rui Barreto. Com o dinheiro do lado dele é fácil brilhar e ficar com os louros da resolução do problema dos Horários do Funchal.

Rui Barreto e Teófilo Cunha estão condenados a engolir sapos e a se remeterem ao silêncio se quiserem ficar mais uns meses com o salário de Secretários Regionais, pois se o PSD vai para eleições agora, o CDS desaparece do mapa.

Mas a estratégia do golpe não termina aqui. Estranhamente, ou não, Alberto João Jardim toma o partido do povo e apelida os seus próprios correligionários de nazis, ou seja, não é difícil de perceber que João Jardim deseja eleições antecipadas. 

Não tenhamos por isso dúvidas que com isto tudo, Pedro Calado e Alberto João Jardim querem limpar Miguel Albuquerque e o CDS do mapa político madeirense.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 31 de Julho de 2020 09:25
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