C reio que os consumidores de electricidade, a quem chegou uma factura exorbitante, estão mais ou menos a se sentir como os bananicultores que produzem mas, na hora de pesar e escolher, não é à vista deles. Na electricidade damos as leituras (ou não) mas depois das contas, das promessas do Governo e os acertos da EEM, ninguém conhece fórmulas nem explicação cabal. É natural que surjam dúvidas. Os rendimentos estão curtos e esta situação não ajudou nada a muitos consumidores, quando pensaram que teriam a vida mais facilitada.
As pessoas em confinamento tanto podem consumir mais electricidade com a TV como usar menos a máquina de lavar e secar roupa porque não têm as rotinas das roupas de trabalho. Pode usar mais a máquina de lavar loiça mas o no caso do frigorífico fica tudo na mesma. As refeições são normalmente a gás, imputar os aumentos ao maior consumo por confinamento pode não ser correcto, no caso da electricidade, no gás já é outra conversa. Os portáteis têm baixo consumo, assim como os tablets. Estamos a falar de contas pesadas quando as famílias sabem que têm que poupar por conta do orçamento familiar, sem certezas quanto aos rendimentos, a maioria em lay-off. Não se torne os consumidores irresponsáveis (por leituras ou consumos) para debelar este problema das facturas.
Pedro Calado a 25 de Março dizia isto sobre a electricidade (link):
No que se refere ao consumo de electricidade, proceder-se-á à isenção do pagamento do valor do consumo de energia eléctrica, entre 16 e 31 de Março de 2020. Nas facturas que a EEM endereçar aos seus clentes a partir de 8 de Abril, será creditado (descontado) o montante que teria de pagar relativamente aos consumos incorridos entre 16 e 31 de Março. Este desconto será calculado com recurso a uma média diária do consumo do mês a que diz respeito. A medida beneficia cerca de 130.000 clientes, com um impacto estimado de 5,5 milhões de euros. Proceder-se-á ainda à prorrogação do prazo de pagamento das facturas de energia eléctrica que se vencem entre 16 de Março e 16 de Abril de 2020. A EEM irá alargar por mais 30 dias e sem qualquer penalização, todos os prazos de pagamento das facturas que se vençam entre 16 de Março e 16 de Abril de 2020 dos Clientes empresariais e particulares, exceptuando as entidades oficiais, regionais e municipais. Deste modo, os clientes que assim o entenderem, poderão pagar a factura de eletricidade que se vence nesse período, até 30 dias após a data de pagamento nela inscrita, sem qualquer penalização, anunciou Pedro Calado.
O que eventualmente se consumiu a mais por dia não abate com 15 dias "de borla"? Ficando ela por ela ...
Para maior transparência deve haver uma explicação mais pedagógica com instrumentos que levem o consumidor a confirmar o que de facto consumiu. Não parece a intenção da EEM que já avança com planos de pagamento às prestações. E se os consumidores perante a dúvida disserem como o Presidente do Governo que, para pagar as facturas da EEM, "só se mandarem a fragata a casa"? Ele ao menos queixa-se de algo que conhece, os consumidores de electricidade não. A factura deveria vir com nota explicativa, só a descrição da factura e custo diz pouco.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 20 de Julho de 2020 06:34
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