Inertes: exemplo de cleptocracia



A Comissão de Inquérito concluiu que não há extracção ilegal de inertes nas ribeiras e orlas costeiras, só com votos favoráveis do PSD mas, o caso vai para o Ministério Público. Ou seja, no que foi da parte do manipulador PSD o trabalho está feito, veremos o Ministério Público.

É mais um exemplo da instrumentalização da Assembleia Legislativa Regional, que conforme o interesse do PSD, procura a condenação ou ilibação com objectivos políticos que nada têm a ver com a nobre função na busca da verdade, por parte dos representantes do povo, reunidos numa Comissão de Inquérito. É gozar da democracia e da fiscalização séria.

Há poucos dias, conheci o caso de um privado que viu os seus terrenos completamente baldeados por máquinas à procura de pedra. Tem um terreno perto de uma linha de água, pensaram que era tudo público. Ainda com humor, dizia que foi para a segurança dele, foi um grande favor que lhe fizeram para agora, se vier caudal forte e sem as pedras de delimitação do terreno, a natureza também lhe levar a terra. Continuando com um humor perto da explosão de raiva, diz que sem pedra para uma construção no seu terreno, terá que comprá-las ao ladrão e chamar as mesmas máquinas do roubo para endireitar a propriedade. O homem nunca será honrado porque não tem dinheiro para a Justiça, só a herança da família.

Por outro lado, é interessante verificar como o mesmo assunto dá dois resultados diferentes, um quando investigado pelo Diário de Notícias e outro pelos senhores deputados do poder com maioria para aprovar. Deve ser um gozo completo o mesmo Ministério Público receber dois documentos completamente dispares sobre o roubo de inertes. A da comissão de inquérito e as provas entregues pelo DN quando chamado a provar no Ministério Público as suas notícias. Querem ver que o Jornalista será perseguido e o DN silenciado pelo seu novel comprador? Querem ver que mais uma vez quem faz bem terá castigo, nós que estamos fartos de jornalistas e órgãos colaborantes com a cleptocracia, nós desejosos por jornalismo de investigação na ilha do antro. Diria Herman José, fantástico Mike!

Mas tem mais, como este é um assunto de antes do arranjinho da compra total da imprensa diária regional, hoje vemos um JM calado (não dá sequer a notícia, processo sumário e silenciamento) e o DN dá a informação seca (relato), mas de página a única forma de se defender. Sabem que estão condicionados com a guilhotina a apontar ao pescoço pelo senhor que é rico porque rouba e que pretende comprar o Diário. Valha-nos o CM para dizer as verdades! O JM é neste momento uma disputa de vaidades, de fait-divers e de escribas burgessos a ver quem mais lambe-cus para o sucesso pessoal.

Esta semana via no CM a ideia da diminuição do número de deputados, se lhes tivéssemos carinho e reconhecimento de trabalho a opinião seria outra. Na generalidade, esta questão não seria colocada, portanto é sintomático do descrédito. Salvo raras excepções (deputados) ... naturalmente, vitimas da imagem global.

Agora só falta comprar a Justiça e o Diário de Notícias para surgir alguém de honra COMPRADA dizer que é honesto, e os outros que não praticaram qualquer crime irem para tribunal por difamação e outras coisas que usam para amedrontar.

Serve este exemplo da Comissão de Inquérito dos inertes (e outros) para equacionar, imaginar, o que seria de nós com a Justiça regionalizada nas mãos o PSD Madeira, tal como Jardim quer. Os mais corruptos e sem carácter gente de bem, e os pagadores desta orgia os malvados.



Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 18 de Julho de 2020 10:56
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