Vamos repetir tudo de novo, não sabem mais!



N um dia da segunda semana de fevereiro do corrente ano, quando ainda ninguém sonhava com Covid-19, levantei-me cedo para apanhar o primeiro avião da manhã. No aeroporto dei com os olhos num amigo de longa data, desde os bancos da escola. Quando olhamos para os bilhetes, íamos no mesmo grupo de 3 cadeira com uma pessoa a meio. No aeroporto e no voo tivemos uma longa conversa que ajudou o tempo a passar, graças a uma simpática jóia de miúda que trocou de lugar no avião.

Meu amigo tornará-se gestor hoteleiro e gozava de boa posição numa cadeia hoteleira internacional, isso permitia-lhe estar de 6 em 6 meses num hotel de um país diferente. Não estão na Madeira. Daqui saiu uma série de ideias.

A determinada altura contava mais ou menos assim: "sabes, as directrizes no fundo são as mesmas mas a forma como se apresenta é diferente, tens que te adaptar a estrutura mental vigente para que te atendam. Nunca leste num frasco de mayonese algo como "a mesma frescura ao gosto português"? Ou vais a um indiano e tens uma escala de picante para os pratos? Se tens um hotel num sítio caótico (Cairo por exemplo) que vai servir alemães, da porta para dentro tens que lhes dar o que estão habituados, porque assim, depois de um dia de descobertas e aventuras dirão, isto é tudo muito bonito mas é bom chegar a casa, sem medos ou preocupações." Moral: é importante ter confiança na base do sucesso.

Da conversa resultou que todos eles têm a preocupação de entender e atender o cliente que vão servir para terem sucesso. E a ideia que leva da Madeira ... ao contrário, sobretudo na Secretaria do Turismo, "é assim e vocês que se adaptem" ... à facturação do subsídio de mobilidade, ao inexistente plano de contingência, aos erros que se convertem em sucessos com uns necessitados a concordar, com hoteleiros com medo de agredir o poder, etc. Quem mais do que as companhias de aviação e a hotelaria para perceberem do assunto e serem ouvidas? O que anda esse monstrengo aí a fazer?

O problema da Madeira, neste momento, é ter um conjunto que abana a cabeça e outro conjunto que deixou de ligar ao destino. A chatice é que os desligados é que mandam. A Madeira aborrece e negócios aborrecidos deixa-se para o fim para não se perder tempo e rentabilidade ... não se está a ver?!

Há uma imensa dependência do Governo Regional na Madeira e isso não é uma economia de mercado livre, por isso não tens ferry, porque o GR deixa matar. Por isso não tens muitas cadeias internacionais de hotéis na ilha, só se tiverem cunha. Também não interessadas neste tipo de ambiente. O GR não regula, interfere positiva e negativamente para dar sucesso a este e aquele. Ficam com esses, destroem o resto e ficamos sós como nesta altura. Façam como quiserem!

Hoje, vi os jornais o que me motivou escrever este texto. O GR olha para um lado e vê os mesmos, para outro e não vê ninguém, vai impondo medidas que não resultam ao nível do turismo/ aviação e recuam enquanto, a toda a hora, os outros restabelecem carreiras, contratos, voos, a economia arrancou. Aqui só vai arrancar quando tiverem menos presença do GR.

Se agarrar a prémios neste momento é outra vez falar para dentro, para iludir os madeirenses com "fogo de vista". O que importa é que até lugares fortemente atacados pelo Covid-19, sem troféus, ou seja "devem ser uma porcaria", estão a regressar em força, tanta quanto possível e não se vê que título algum sirva para algo, vai da confiança e do diálogo entre as partes intervenientes. Este secretário do turismo não ouve, não é possível comunicar, as pessoas vão embora, fica tudo à maneira dele e não tem experiência para se estar a impor assim. Não tem dado resultados no turismo e agora ainda menos. Precisamos é de gente capaz!


Para quê interessam os prémios sem negócio? Para quê interessam hotéis bonitos e com bom serviço se ninguém se lembra deles e não aparecem na origem, nos mercados, com os promotores de lá que preferem outros destinos? Para quê servem troféus se as companhias não consideram a Madeira como primeira escolha e vamos receber "os restos"? Que raio de lógica esta? Os melhores em troféus e os piores em negócios? Porquê são sempre os mesmos? Com certeza para fazer tantos como o meu amigo emigrarem e ganharem uma visão global. De não pretenderem regressar nem para morar na reforma. Temos demasiada presença de GR e dos seus amigos a manipular, não vamos a lado nenhum porque a evolução até pode passar por eles desaparecerem do mapa.


Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 23 de Junho de 2020 12:48
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