T elexfree era um esquema de Ponzi, uma operação fraudulenta sofisticada de investimento do tipo esquema em pirâmide que envolve a promessa de pagamento de rendimentos anormalmente altos ("lucros") aos investidores à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real.
A esmagadora maioria dos investidores madeirenses no Telexfree sabia perfeitamente que eram os novos aderentes que possibilitavam os rendimentos e a manutenção do esquema.
A política regional é um esquema semelhante. Existe um grupo dos “privilegiados” (topo da pirâmide) que têm cargos, reputação, influência, dinheiro, contratos, impunidade e direito de preferência nos serviços públicos que são alimentados pelos que se lhes querem juntar: os “cobiçosos” (base da pirâmide). O custo da tentativa de ascensão ao grupo dos “privilegiados” começa por ser abanar umas bandeirinhas, ir a alguns eventos e colocar a cruzinha no sítio “certo”.
Mais tarde, com o engajamento do “cobiçoso” no esquema (mas ainda sem receber qualquer benefício), começam a aparecer outras contas da aderência para pagar: calar-se perante a injustiça e a imoralidade, delatar os críticos, fazer conversas a familiares, amigos e colegas.
Dependendo do “cobiçoso” em particular, pode lhe ser pedido: sexo, empréstimos de bens, para empregar alguém, despedir outralguém, adquirir produtos ou serviços a certa empresa, fechar os olhos a ilegalidades que prejudiquem o “ascensionista”, apresentar propostas para perder, desistir de concursos…
Os “cobiçosos” sabem perfeitamente:
- que é impossível que toda população (ou pelo menos grande parte) consiga obter os benefícios que os “privilegiados” detêm,
- que nem todos os “cobiçosos” chegam a “privilegiados”,
- que vão ter que pecar (literalmente dar a alma ao Demónio) para tentar conseguir e manter o que almejam (caso isso lhes seja garantido),
- que o esquema prejudica a Sociedade Regional, em especial os mais desfavorecidos e os trabalhadores do privado.
Por isso comparo a política regional ao Telexfree.
O que os “cobiçosos” tendem a esquecer:
- A fonte de cargos, reputação, influência, dinheiro, contratos, impunidade e direito de preferência nos serviços públicos são os próprios “cobiçosos”… tal como numa pirâmide: o topo é sustentado pela base.
- É contraproducente promover alguém aos “privilegiados”: a panela passa a ser mais dividida.
- A melhor maneira de garantir a fidelidade dos “cobiçosos” é prometendo e não cumprindo.
- Que também eles (“cobiçosos”) são reféns do esquema… e dos “privilegiados”.
- Que para terem qualquer grande benesse, os “privilegiados” e suas famílias já terão que estar completamente alambazados
- As ocasionais migalhas têm pouco valor e só a recebem por os “privilegiados” não as conseguirem devorar…
Por isso advogo: pensem pela vossa própria cabeça. Não tentem se juntar aos “privilegiados”, pois têm muito mais hipóteses de conseguirem o que almejam se não existir um grupo de privilegiados”…. e a queda desses abrirá muitas portas e cargos. Os “privilegiados” e os “cobiçosos” são vossos inimigos: as maiores injustiças que sofreram/em/ão nesta vida deve-se à colaboração entre indivíduos desses grupos.
VIVA A LIBERDADE! VIVA O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO!
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 24 de Junho de 2020 18:03
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