Turismo complicado é investimento em casa



T er ou não ter Covid-19 é volátil e os testes rápidos têm a sua margem de erro. A vontade de viajar para de repente se envolver em problemas não vai entusiasmar ninguém. É errado o teste ser aqui, deveria ser na origem e já ficava por lá sem mais despesas para ninguém. Naturalmente que a pessoa pode vir com um papel dizendo que está livre de Covid-19 mas, volta-se ao mesmo, há quanto tempo foi o teste e que confiança têm as autoridades locais do que foi feito na origem? Acabarão por fazer o teste na mesma e a minha conversa parece um contra-senso mas, quero chegar à ideia de que o risco de ser barrado, tendo despesa não quantificável, vai fazer desistir turistas porque tudo vai ser mais caro à partida e com imponderáveis. Parece que ninguém pensa. 

Para além destes pormenores, tem outra questão, é mau se apresentar assim e vai contra a promoção do nosso destino "Safe & Clean" ter o título de Estado de Calamidade não esclarecido na origem, o turista que está para escolher não se vai pôr com muitas leituras, escolherá o destino que oferece melhores garantias gerais dele não se meter em problemas e poder fazer férias ao melhor preço. Todo turista tem a "presunção de inocência", acha que pelo que sente não tem o vírus, tal como tem a "presunção de decisão" ... se o destino é muito esquisito e nada prático há problemas na mira.

Ir de férias neste momento parece o processo bancário de concessão de crédito para auxiliar na crise, muito trabalho e acaba em nada. O turista analisa, não tem confiança e vê problemas, por isso não viaja. Só de pensar que se tiver que cumprir com todos os conselhos (para não se infectar) é loucura, o que não será se adicionar uma ou duas crianças ... #fiqueemcasa! Este ano muita gente vai usar o dinheiro das férias para investir na sua casa, no que anda a adiar há muito, fazer arranjos e optar por projectos que tinha em mente. Por isso o GR tem que ser mais inteligente na abordagem, a economia precisa de facturar e não pode esperar pelas outras férias grandes ... já vamos tarde!

Se queremos turismo interno não se pode estar sempre a insultar e a ter atitudes separatistas. Se a Madeira continuar um lugar de gente complicada não há prazer em vir desfrutar e, essa imagem, é completamente promovida pelos elementos afectos ao Governo Regional e ao PSD na Assembleia, tudo se sabe no continente, o que é péssimo.

A verdade por trás destas atitudes erróneas no nosso Turismo prende-se com o medo, é que ninguém confia na capacidade de resposta da nossa Saúde Pública. O medo cria protecções para não expor a nossa fraqueza. Pela razão contrária, alguns países da Europa, por acaso origem do nosso turismo, são mais liberais e a economia tem mais fluidez, o risco compensa, o Covid-19 não é uma declaração de óbito mas de doença, tratável mesmo sem medicação apropriada, para a larga maioria.

Agradeço a publicação, tenham bom dia.


Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 29 de Maio de 2020 10:26
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração e filme CM.