Se vamos para eleições isto acaba à batataria



O Partido Social Democrata da Madeira há muito que perdeu argumentos mas, por estar no poder, consegue comprar muita gente, a suficiente para que mesmo que não estejam de acordo ou convencidos, votem por interesse. Votar por interesse provoca uma lealdade acéfala que consegue afirmar que é preto o que é branco, desfaz amizades, provoca ódio e é um salve-se quem puder.

O PSD-M compra votos, seduzindo com lugares, promessas de emprego, rotação de cargos, premiando candidaturas mesmo que estejam condenadas à partida, é uma compensação pela imolação. Compra Casas do Povo, Cooperativas, Associações Desportiva ou de índole social, mete-se na mais rasca coisa criada só para receber fundos, contentar e fazer política.

Se o PSD-M compra votos ... precisa de dinheiro e quanto mais fraco está mais dinheiro precisa para atingir os objectivos. A cada eleição o esforço financeiro é abismal mas, se o aparelho está financiado, ninguém enjeita apoio (investimento) para, com licença, a mamar. No fundo ninguém põe dinheiro seu para a causa, é tudo dinheiro público que roda, tu ganhas ... mas um "X" é para financiar isto e aquilo. Com certeza há orçamentos muito empolados, basta fazer contas.

Neste momento, depois de muito apregoar sucesso, a verdade é que a Madeira continua falida, dependente do dinheiro da República, do pagamento dos vencimentos da Função Pública da República, do aval da República, etc, alguém desmente? O que pedem? Dinheiro!

O grande problema é que a falta de dinheiro associada à paragem da economia, sobretudo do turismo, colocou em aflição absoluta as empresas do regime que nunca investiram seriamente noutros mercados nem diversificaram por cá. Por comodismo e porque estava tudo controlado, mantiveram-se na zona de conforto e de forma inesperada, toda esta cultura e dependência do ORAM está em queda livre. Nunca o poder económico pressionou e ameaçou tanto o Governo Regional como agora. A aflição é extrema.

Creio que neste momento nem GR nem empresários querem sair do Lay-off porque no fim, as empresas têm um prémio por trabalhador apoiado e isso sai dos cofres da região. Se multiplicar 43.000 em lay-off conhecerá a monstruosidade do número. Significa que acabou a orgia das obras para as Autárquicas. Aqui nasce a aflição que esgana e esbugalha os olhos de um GR que precisa de numerário e não de comer com os olhos. Não quer que lhe façam o que faz aos outros, prega e acena dinheiro mas nunca paga.

A postura bélica de todo o discurso do Partido Social Democrata da Madeira parte do pressuposto que, muito ou pouco, dinheiro haveria sempre. Fez tantos inimigos que agora parece não haver amigos, até os que apoiam a candidatura, ninguém liga à Madeira. Espero que os madeirenses estejam conscientes da irresponsabilidade que é sufragar este tipo de posições porque o estigma recai sobre toda a Madeira, madeirenses e portossantenses. Como todos eles nos representam ... eles somos nós. Será muito triste continuar a verificar um desprezo sobre nós por causa disto. Não alimente mais esta situação. Chamam-no de Povo Superior, enchem-no de orgulho e regionalismo mas é só para o levar pela certa, o voto permite-lhes poder e boa vida. Você já foi enganado tantas vezes, vai continuar a acreditar em histórias?

O momento político está quente. Albuquerque está aflito por dinheiro para alimentar os vendidos e comprados. Os lobbies e monopólios derrapam financeiramente. A eleição para Presidente da República parece uma saída airosa para Jardim e Calado mas não é mais do que uma razão para finalmente despachar Albuquerque. Destas guerras, o sucesso só estará na parte política de Jardim e Calado se Albuquerque avança, de resto é tudo a perder. A situação da Madeira tornar-se-á insustentável. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa só se riem desta posição de força (ir para eleições) porque é uma posição de fraqueza.

Empresários e trabalhadores contam à hora, dia e semana a sua situação aflitiva, a situação económica e social é aflitérrima, muito mais do que a dos lobbies e monopólios mal acostumados. Estar a pensar em política e demonstrações de fraqueza é um ultraje, um ataque e uma falta de sensibilidade para o estado actual da Madeira. Enquanto uns se posicionam para a política, vastas áreas da sociedade vão tombar na insolvência, empresarial e pessoal. Ter a expectativa de ver políticos e governantes a consumir tempo imprescindível para o salvamento preocupados com a política é imperdoável. É muito tempo, meses, para um resultado nulo.

Porque acaba em batataria se vamos para eleições? Porque não há tempo para conciliar a sobrevivência com a agenda política. Em campanha, um grande número de pessoas e empresas estarão a falir, basta o primeiro perder a cabeça ...


O homem nem sequer é superior ao seu venerável pai - o macaco: excepto em duas coisas tenebrosas - o sofrimento moral e o sofrimento social.