Se não mudarmos, morremos fracos e sem soluções.



D e modo generalizado vou assistindo a lamurias de todos nas mais diversas áreas mas, ninguém parece interessado em falar para mudar o modelo económico que esgotou na Madeira, porque sustenta sempre a mesma a elite convidada a debater o futuro, toda ela caduca, viciada e desrespeitadora no seio do poder, ou ainda, por aqueles que inocentemente acham que devem trabalhar sobre esta matriz.

O madeirense acostumou-se a isto e não concebe mais vida para além deste ambiente altamente esquemático. Não vai dar certo porque já não está dando, estamos a concentrar riqueza e a produzir pobres, é um sintoma. O Governo acha que só resolve as coisas derramando mais dinheiro em cima do modelo, ninguém pergunta porque a estratégia económica não tem qualquer resistência sabendo que ela é imensamente injusta e todos suspeitam que, assim que o Governo Regional se veja com dinheiro, tudo se vai repetir, chegando dinheiro aos mesmos. Está à vista, vira-se e usa-se os madeirenses para reclamar para todos e contra aqueles que não fazem chegar o dinheiro no timing que a Madeira quer. Quando o dinheiro cantar, já conhece a história ...

Deveríamos começar a produzir mais comida, com projectos que tenham futuro e ligados aos consumos mais acentuados da região. A Ponta do Pargo em vez de ter mais um campo de golfe deveria ser um celeiro. Os parques industriais são um desastre, só o da Cancela teve verdadeiramente sucesso, o resto são talhões de terrenos. A maioria deveria ser convertida em parques de estufas para uma produção diversificada e para consumo regional. Estas produções devem ser subsidiadas até que se integrem no tecido comercial regional e criem novos hábitos de consumo do que é nosso, por estar ao mesmo valor do importado. Se produzimos, mesmo pequenos, devemos usar a referência do valor exorbitante dos transportes do senhor Sousa para transferir para a parcela da capacidade e meios de produção. Esta, deve ter penetração comercial na população e na hotelaria e não estar fixa somente em alguns grandes consumidores. Diversificar é importante para não ficar escravizado. É preciso regular com seriedade para evitar as ganancias das grandes superfícies e os intermediários betinhos que escravizam os produtores e encarecem o custo de vida dos madeirenses. Intermediários, no modelo actual, devem ser pura e simplesmente banidos, são pouso de tachistas e parasitas.


Se não atendermos à crise ambiental, se continuarmos a ver chegar líderes inaptos aos países, se diminuirmos a biodiversidade do planeta e continuarmos a aumentar a população humana que exerce uma predação que está a esgotar os recursos, todo tipo de crises vão surgir e nos abrir os olhos de que somos uma ilha isolada e que, mesmo tendo dinheiro, mas não tivermos um mínimo de auto-suficiência, esta pandemia poderá ter produzido um sofrimento menor para aquilo que poderá vir.

Digo-o pensando na selvajaria da disputa de ventiladores e bens de protecção no auge da crise epidémica, em que vimos países supostamente civilizados a roubar e desviar ...

Não é com estes políticos zelosos por tachos sem responsabilidade, inseridos numa cleptocracia, que vai surgir a coragem para mudar neste tempo extraordinário que nos foi dado para assumir outras novas estratégias para o futuro, abandonando um modelo que colapsou. Sem dinheiro de fora ele não sobrevive, estamos ligados às máquinas, por isso é tão importante que alguém atenda o telefone.

Agradeço a publicação.

Enviado por Denúncia Anónima 
Segunda-feira, 11 de Maio 2020 09:11
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