Mais "sarna" para o nosso transporte aéreo



Bom dia CM, parabéns pelo vosso novo site, espero que cada vez mais pessoas se interessem por uma cidadania mais participativa e livre de "ditadores". O que me traz por cá é a aviação.

O lhando para trás e vendo a guerra dos madeirenses por tarifas aéreas mais baratas na, ligação aérea Funchal - Lisboa, começamos a sorrir ... Não que a guerra não tivesse toda a razão de ser mas, porque o que temos pela frente não nos vai fazer ganhar a guerra.

Não sei o que a TAP está a pensar fazer mas por esse mundo fora, companhias aéreas, fabricantes e projectistas, já ponderam há muito em como dar a volta à tendência de usar um avião a 2/3 por questões do Covid-19. E vale a pena investir até que chegue a vacina? Como rentabilizar tudo isto numa período crítico das companhias? Quando tivermos coragem ou extrema necessidade de recomeçar a voar, as tarifas aéreas e layouts das cabines poderão estar muito diferentes. Uma  tripulação de cabine sexy, com viseiras, máscaras, luvas e roupas de protecção com passageiros espaçados?

Entre a crise, o investimento e o não saber quando é que as pessoas estarão dispostas a entrar em espaços fechados de cabine novamente vai um grande desafio. A IATA constatou que 40% dos passageiros tendem a esperar pelo menos seis meses após a contenção do vírus para voltar a voar, ou seja, não basta "estancar", criaram a sua "quarentena" nos aviões. E, crê-se que seja por necessidade e não por lazer que voltaram a viajar. Os fãs do ferry têm aqui mais um trunfo para jogar em relação à Madeira!
Com um riso sarcástico pelo infortúnio, pode-se dizer que acabaram-se as tarifas económicas para a Madeira?! A China é um caso à parte no que diz respeito a "densidade aérea" na aviação, no entanto, o número de voos e passageiros a bordo nas rotas mais movimentadas da China só aumentou  7% em  relação às baixas de fevereiro. A reter porque estão mais à frente no processo do Covid-19.

Nesta crise do transporte aéreo, logo a seguir às falências em catadupa, vemos os melhores ou mais amparados a sobreviver, a custo. As grandes companhias aéreas de baixo custo provavelmente sobreviverão (a Easyjet deu mostras de vitalidade) a par das companhias de bandeira mas, muitas passarão a ser propriedade parcial dos Estados com a injecção de capital. Este pormenor pode ter influência no corte ou promoção de rotas segundo o interesse dos Estados. As rotas marginais, fora do interesse primordial, poderão ver as suas tarifas a aumentar, não só para cobrir menos passageiros mas pelo risco de sucesso na rota. Faz-me lembrar a Madeira e a sua frequente inoperacionalidade.

Voar, que se tinha democratizado, parece entrar numa nova era de elites, dos que podem pagar e dos que querem. O vírus levou a um aumento nas videoconferências e à reavaliação da necessidade de voar. Entre custos e a falta de apetência para viagens aéreas, criam-se novos hábitos que amplificam a crise. A IATA prevê uma redução de 48% na procura dos passageiros e um declínio de 55% na receita dos mesmos em 2020, em comparação com 2019.

A pandemia do coronavírus iniciou uma nova era nas viagens aéreas, até mesmo num mundo pós-vacina. Tarifas mais altas, menos rotas, exames de saúde antes do voo e menos comida gratuita. Impressionante, em poucas semanas.

Enviado por Denúncia Anónima 
Segunda-feira, 4 de Maio 2020 06:37
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