Ibersol, Aeroporto da Madeira despede a bem e a mal


V enho por este meio, revelar o que se passa e o que se tem passado ao longo destes anos, na empresa Ibersol, proprietária de vários espaços de restauração no aeroporto da Madeira.

Já diversas tentativas foram feitas junto dos órgãos de comunicação social e partidos políticos para denunciar o que chamo de máquina trituradora de seres humanos.

Ressalvo desde já, que esta empresa tem já processos em tribunal relativos aos funcionários que transitaram da antiga empresa que detinha os espaços de restauração no aeroporto, anteriores à grande expansão ocorrida nos últimos dez anos. A empresa continua a fazer a vida difícil a funcionários com mais de 30 anos de restauração no aeroporto.

Para lá desta ressalva, o tratamento dado aos empregados que por lá passaram é no mínimo desumano. Por mais excelente que seja o seu desempenho, ao fim de 6 meses ou ao fim de um ano, são dispensados com o intuito de não ser dada afectividade aos mesmos. Basta dar uma volta pelas redondezas de Machico e Santa Cruz, para junto da população perceber que esta espécie de multinacional com sede na cidade do Porto é verdadeiramente odiada.

O tratamento que os funcionários recebem por parte do responsável pela empresa no aeroporto é deplorável. Desde ameaças de despedimento, ofensas pessoais, calão e agressividade quase física, pode ser testemunhada por vários clientes e inclusive funcionários da Portway e Groundforce, que muitas vezes chegaram a intervir perante a brutalidade deste mesmo individuo.

Tudo é teatralizado de maneira a dar a impressão que a legalidade existe, que a lei se faz cumprir, quando um funcionário durante o seu turno pode circular desde a frente de balcão até à copa, passando pela cozinha, limpeza de pavimentos e mesmo ao transporte de mercadorias e armazém.

Não são poucas as vezes que o horário de trabalho ultrapassa as 12 horas ou mais. O trabalhador em descanso ou em período de folga tem que ter sempre o seu telemóvel por perto, não vá ser chamado para alguma emergência. Caso a sua resposta seja negativa à solicitação porque realmente não pode, passa a ser alvo de perseguição e ameaças durante todo o período do seu contrato, sabendo desde já que será mandado embora.

O banco de horas existe para fazer pensar às autoridades que tudo é cumprido dentro da legalidade. As horas raramente são devolvidas aos trabalhadores e mais uma vez basta passar pela zona de Santa Cruz e Machico para perceber a veracidade destas minhas afirmações.

Muitos trabalhadores têm filhos e são casados, sendo que para a dita empresa nada disso interessa, já que a fome de lucro do individuo responsável é insaciável, tal como a sua fome de vingança e intolerância.

O mesmo se passa com as empregadas a contrato que engravidam, sabendo dentro de mão que serão dispensadas no fim do contrato.

Mais recentemente dado o desastre que foi a abertura do Burguer King (representada pela Ibersol na Madeira) na zona das chegadas do aeroporto, vários funcionários viram promessas incumpridas, contratos acabados e muitos recentemente contratados nem chegaram a aquecer o posto.

Com a chegada do Covid 19 procedeu-se por parte da empresa à dispensa de todos os funcionários a contrato, que deixou dezenas e dezenas de famílias à beira da fome.

Não sei realmente o que se passa, mas dada a tentativa de várias denúncias, sejam aos órgãos competentes, seja à comunicação social, tudo tem permanecido calado e abafado. 

Esta empresa recebe trabalhadores do instituto de emprego da Madeira, bem como pode recorrer nesta fase a apoios que foram postos à sua disposição pelo Governo regional, no sentido de evitar o aumento do desemprego na Região. Com tanto entra e sai, não sei realmente o que anda o instituto de emprego a fazer. Não vê o que se passa porque realmente não quer ver. Ressalvo que a Ibersol é grande financeiramente o suficiente para recorrer a estas ajudas para evitar despedimentos. O que revela que a sua intenção é usar seres humanos como panos rasgados que se deitam fora, para ir buscar outros novos, que terão irremediavelmente o mesmo destino.

Estes cidadãos não têm voz, tal como eu. Mas tendo estudado jornalismo na mais conceituada universidade para esse efeito, faz-me uma confusão imensa o silêncio esmagador que se abate sobre a questão. Sei inclusive que o representante do CHEGA na Madeira, já tentou expor esta situação aos órgãos de comunicação. Com o resultado a ser sempre o mesmo. Silêncio.

Deixo uma pergunta: Para que serve então o jornalismo? Para denunciar situações destas ouvindo ambas as partes, ou para a troco não sei de quê, proteger um individuo altamente egocêntrico e desumano?

Enviado por Denúncia Anónima 
Sexta-feira, 8 de Maio 2020 18:53
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