Dá tempo, não é bem assim.



H á demasiada gente que não sabe do que fala e cada vez mais empresários sentem que não vivem numa terra amiga do investimento privado, esta critica é para a Madeira e a República, porque ambos sofrem da mesma "doença": dá-lhes tempo.

Os ritmos de trabalho entre o privado e o público são muito diferentes, no privado sente-se que o tempo é um inimigo porque tudo chega tarde e vai complicando a gestão até se tornar inviável. No público, acha-se muito importante anunciar para garantir o voto de quem é leigo na matéria, julgam que o problema não é o tempo que se consome para chegar o apoio mas que chegue. Se o apoio ficar disponível quando a empresa já se perdeu, não incomoda ninguém porque a acção vai ser inscrita como positiva mas, o empresário faliu e pôs empregados no desemprego. Depois dá-se cursos e os números diluem.

O que estou a tentar dizer é que há demasiada gente que funciona com cabeça de "empregado" e estão descansados, não sentem como o tempo foge dos pés porque têm os seus direitos acautelados. Se o funcionário público nunca encara o despedimento, o empregado privado tem o subsídio de desemprego e, com esta mentalidade, o empresário por cada passo que dá, enfrenta gente que lhe dá tempo. O G.R. paga quando quer e a quem entende as suas facturas ...

Um empresário que perdeu o tempo (útil) significa que perdeu a vida, os bancos, o fisco, a Segurança Social vêm buscar o seu, os abutres dos agentes de execução exercem a sua profissão parasita, as dívidas são vendidas e revendidas inúmeras vezes por empresas de recuperação de crédito que, mesmo com o empresário já esmifrado e com processos que o declaram sem bens para cobrir as suas dívidas, terá a sua família perseguida durante anos por cada vez que aquela dívida se venda a outros abutres da recuperação de crédito. É o negócio das falências, do comprar barato por parte de outros empresários que são também "empregados" porque o poder alimenta.

Eu ontem via uma notícia no DN e no fim vi um comentário que vou copiar:

Vai voltar tudo ao normal, os desempregados vão retomar as suas profissões os empresários vão ter novamente lucro e tudo será até melhor do que antes porque as pessoas vão estar mais humanas e solidárias só que, a única diferença, terão de usar mascara lavar e desinfectar as mãos mais vezes por dia. Viva a Madeira e os madeirenses

Não, não vai voltar tudo ao normal, se és um empresário com anos no mercado sabes que este é o xeque-mate. Agora, se és um empresário ainda inconsciente, que começou há pouco e não sabes que isto é para meia dúzia. Que te tornaram empresário com apoios mas se fechares a empresa vais acabar desamparado e sem apoio do estado (governo que te empurrou para te riscar da lista), a consciência da realidade vai te fazer sofrer. Quando roda dinheiro ou benesses há muitos amigos, quando acaba passas a ter lepra e ninguém te dá valor ou te respeita. Se és empresário inconsciente trata de não cair em desgraça e não pagues tudo, não vale a pena ser honesto nesta terra de "mascarados".

Eu acho que vem aí mais um período em que a comunicação social vai escrever bonito, como se não quisesse dizer muito sobre as razões pelas quais alguns se atiram da ponte, só para que o povo não tenha consciência, viva na ilusão mas, sobretudo ache que a vida se resolve com o rosário no retrovisor sendo aselha, ou que vai a uma sessão de Reiki que retira o stress, tudo fica bem numa vida de empregado que lhe dá tempo.

Nos Estados Unidos é um exagero, o capitalismo está à frente da saúde e da dignidade humana, por cá dá tempo. A Madeira vai acabar com uma economia só com um grande empregador chamado Governo Regional e as suas "empresas públicas" de privados amigos? Os apoios vão para quem? Ninguém os vê! E depois vai o povo inconsciente ou vendido entregar o voto para que esta oligarquia permaneça? Governo e oportunidades para todos não é aqui!

... e, chegando o dinheiro tarde no tempo, ele será para pagar a tempo e horas.

Enviado por Denúncia Anónima 
Terça-feira, 5 de Maio 2020 01:23
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