Contorcionismo de "publireporteiros"


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Boa tarde a todos, vi esta notícia e quero comentar.

Há muito tempo que a publicidade é tornada notícia, em vez de destacar em publi-reportagem. Quando assim é tem maldade apesar que todos nós vermos o jogo. Defraudam os leitores, não tanto nos jornais mas, no online. É de bradar aos céus a quantidade de "não notícias" que se misturam com as verdadeiras notícias, é a publicidade, os fait-divers, a publicidade indirecta com vídeo de terceiros, alguns notáveis que vão ao WC e é notícia. Enfim!

Quando se perde credibilidade, a malta vê de soslaio, a chamada "diagonal", já com o órgão de informação desacreditado. Depois vem o desrespeito e quem é profissional da área sente-se atingido, uns com culpas e outros não. A nódoa estraga a peça de roupa toda. Ninguém no jornalismo, sindicatos e empresas, quer discutir os cancros que possuem, preferem também jogar as culpas aos outros. Custa muito ir contra o seu próprio calcanhar de Aquiles.

Não pode haver jornalistas que são políticos a exercer jornalismo. Não se pode ter agentes de interesses instalados na comunicação social, não podemos ter "publireporteiros" como jornalistas a usar a sua oportunidade de escrita para dar jeitos aos seus "donos". Não podemos ter jornais em que os seus proprietários aparecem a se promover nas suas próprias primeiras páginas. É deselegante o auto-elogio, de pato bravo que não pode ser dono de órgãos de comunicação social. Afinal não têm um órgão de informação mas uma publicação promocional, um jornal institucional da empresa mãe e das notícias que lhe importam, abafando aquilo que se designa por pluralidade informativa.

A encruzilhada da Comunicação Social parece que muitas vezes também quer ter um inimigo externo. As redes sociais não fazem guerra ao jornalismo, fazem guerra aos vendidos que deturpam a notícia e a pluralidade no seio da comunicação social. Declaram guerra à falsidade.

O Sindicato deveria ter autoridade real e usá-la para suspender vendidos ou sugerir que, de vez, abandonem a comunicação social, já que a sua vocação está na política ou no governo.

Outra coisa que também vejo nos comentadores é que muitas vezes escrevem para si e não para os outros, evitando tudo o que seja polémica, com assuntos desinteressantes sacados de não sei de onde, não querem ser agentes de mudança mas só aproveitar a exposição para se promoverem nas boas graças do sistema.

Vendem-se ao poder e depois querem ser respeitados? Só enxergam os pormenores mas não atacam os cancros. O que apontam é só uma das consequências, não o problema.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 27 de Maio de 2020 13:51
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